O Brasil experimenta um envelhecimento populacional significativo, e os números são expressivos. De acordo com o Censo de 2022 do IBGE, a população com 65 anos ou mais no país atingiu a marca de 22.169.101 pessoas, representando 10,9% da população total, um aumento de 57,4% em comparação a 2010, quando esse número era de 14.081.477 (7,4% da população). Esse crescimento não é meramente demográfico, mas também reflete uma série de fatores, como o avanço nas condições de saúde, a melhoria no acesso à informação, uma alimentação mais equilibrada e a prática regular de atividades físicas.
Nesse contexto de longevidade crescente, muitos idosos estão buscando formas de envelhecer com qualidade, preservando sua saúde, bem-estar e autoestima. As cirurgias plásticas, uma vez associadas apenas ao desejo de aparência jovem, se tornaram uma alternativa cada vez mais comum para aqueles que buscam se sentir bem com a própria imagem, especialmente no processo de envelhecimento.
De acordo com o cirurgião plástico Humberto Pinto, o envelhecimento tem se tornado mais saudável graças a esses avanços e, como consequência, muitos pacientes estão recorrendo à cirurgia plástica para melhorar sua aparência e se sentir mais confiantes. “Muitos procedimentos menos invasivos têm sido muito procurados. Entre eles, destaco a blefaroplastia, que é a cirurgia de pálpebra, capaz de suavizar o olhar e deixar o rosto mais aberto; a lipoaspiração, que realça o contorno do corpo; a harmonização facial, que melhora a simetria do rosto; e os mini-liftings, que são intervenções para dar um ‘up’ em áreas específicas da face”, explica o especialista.
Esses procedimentos, que costumam ser mais rápidos e com recuperação mais tranquila, permitem que os pacientes tenham resultados mais naturais, sem perder a essência de sua aparência. As mulheres, segundo o cirurgião, são as que mais buscam essas alternativas. “Elas têm uma maior predisposição a cuidar da estética, o que é refletido nas consultas aos consultórios de cirurgia plástica. Além disso, percebo que muitas delas, especialmente quando chegam ao período da menopausa, sentem as mudanças no corpo e buscam essas intervenções para resgatar sua autoestima”, afirma Pinto.
A menopausa, que marca o fim da fase reprodutiva da mulher, traz consigo uma série de mudanças hormonais que podem afetar a saúde e o bem-estar. No entanto, essas alterações também impactam diretamente a estética, com perda de firmeza da pele, aumento da gordura abdominal e alterações no formato do rosto. Por isso, muitos recorrem à cirurgia plástica não apenas para melhorar a aparência, mas para se sentirem mais equilibradas consigo mesmas e com o corpo que refletem no espelho.
“Nos últimos anos, temos visto uma mudança na forma como a cirurgia plástica é percebida, principalmente entre as mulheres mais velhas. Elas não buscam mais um rosto e um corpo completamente diferentes, mas sim um rejuvenescimento natural, que permita que se sintam bem e seguras. Esses procedimentos oferecem uma chance de manter a vitalidade e autoestima mesmo na terceira idade”, explica o médico.
O envelhecimento saudável envolve muito mais do que cuidados com a saúde física. Envolve também o cuidado com a imagem pessoal e o impacto psicológico da percepção da velhice. Nesse cenário, as cirurgias plásticas ganham relevância não apenas no âmbito estético, mas também no emocional. O simples ato de olhar-se no espelho e sentir-se confortável com a própria aparência pode influenciar positivamente na autoestima e no bem-estar psicológico, fatores fundamentais para uma vida longa e saudável.
Entretanto, é importante que esses procedimentos sejam realizados com acompanhamento médico adequado, sempre priorizando a saúde e respeitando as condições físicas de cada paciente. “Cada caso é único, e é essencial que o cirurgião plástico analise o histórico médico, os objetivos do paciente e os possíveis riscos antes de sugerir qualquer intervenção”, destaca Pinto.