Estudo da Unifesp mostra que apneia do sono acelera o processo, mas uso de aparelho que ajuda a respirar ameniza o problema
A apneia obstrutiva do sono é uma condição em que a via aérea é obstruída parcialmente ou completamente. O sono é interrompido com despertares frequentes, resultando em sonolência diurna excessiva. A obstrução da via aérea resulta em uma resistência maior, ocasionando o ronco que é o barulho que a gente ouve da obstrução.
De acordo com a Especialista em Medicina do Sono e presidente da Associação Brasileira do Sono – Regional ES, Jessica Polese, “as pausas podem durar alguns segundos ou minutos, até acontecerem os despertares do sono que prejudicam a saúde. Este distúrbio pode causar risco cardiovascular, hipertensão, insuficiência cardíaca, diabetes e comprometimento da memória e da concentração”, explica a médica. E também um outro distúrbio importante é é a piora dos quadros demenciais, por exemplo o Alzheimer a
Um estudo feito pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) mostrou que o problema pode ser amenizado com uso do CPAP (sigla em inglês para pressão positiva contínua em vias aéreas) – aparelho acoplado a uma máscara que lança o ar no nariz durante o sono e regulariza a respiração.
“Por mais que seja um aparelho que às vezes incomoda os pacientes – alguns não se adaptam – vale o esforço, pelo benefício que proporciona e agora por este resultado da pesquisa”, observa Jessica.
Nossas células possuem os telômeros – estruturas presentes nas extremidades dos cromossomos e que mantém a integridade do material genético no núcleo das células – e a diminuição deles com o avanço da idade é inevitável, porque está relacionado à inflamação e ao estresse oxidativo do envelhecimento, porém a pesquisa mostrou que pessoas com apneia do sono aceleram esse processo e que o uso do CPAP diminui esta aceleração. “Desta forma, é óbvio que a noite de sono mal dormida provoca o envelhecimento, e que o tratamento da apneia do sono é válido”, pontua Jessica.