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Presença do aedes aegypti no Brasil tem mais de 400 anos

Nesta segunda-feira (19), foi divulgado o número de casos de dengue em todo o Brasil, que já passa de 650 mil em 2024. São 113 mortes confirmadas até agora. Mais uma prova de como o aedes aegypti se adaptou ao nosso país nesses mais de 400 anos por aqui.

O Brasil ainda era colônia de Portugal quando ele chegou por aqui. O nome científico indica que o mosquito tem ligação no Egito. Mas a pesquisadora Flávia Virgínio, do Instituto Butantan, diz que essa teoria mudou.

“Quando ele foi identificado, na verdade, ele teve essa relação mesmo com o Egito. Mas estudos recentes mostram que ele é de uma região específica: o Sahel da África. Ele chega junto com os navios que traziam pessoas para serem escravizadas aqui no Brasil”, conta Flávia Virgínio.

Foi no século XIX que cientistas descobriram que o inseto transmitia doenças, entre elas, a febre amarela. Na época, a febre amarela era uma preocupação em muitos países tropicais, incluindo o Brasil. Eliminar o mosquito virou uma obsessão, e a campanha liderada pelo sanitarista Oswaldo Cruz deu resultado. No começo do século XX, os surtos de febre amarela urbana tinham sido controlados.

Até que, na década de 1980, a circulação do aedes aegypti voltou a aumentar no ritmo do crescimento das cidades em diferentes regiões do país, e trouxe das matas uma outra ameaça: o vírus da dengue. Nos últimos anos, o mosquito também foi responsável por surtos de zika e chikungunya.

Parte importante da explicação está ao alcance dos nossos olhos: o crescimento das cidades multiplicou os criadouros e acabou favorecendo a reprodução do mosquito.

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