O Espírito Santo (ES) se destaca no cenário econômico brasileiro, apresentando um crescimento de 3,9% em sua atividade econômica no primeiro semestre de 2024, superior à média nacional de 2,9%. Os dados são do Indicador de Atividade Econômica (IAE-Findes), divulgado pelo Observatório da Indústria da Findes em coletiva de imprensa nesta terça-feira (19/09), em Vitória.
O resultado positivo da economia capixaba é impulsionado por um mercado de trabalho robusto, que registrou uma taxa de desemprego de 4,5%, bem abaixo da média nacional de 6,9%. Além disso, o estado criou 28,9 mil novos postos de trabalho formal entre janeiro e julho de 2024. A inflação na Grande Vitória também permanece sob controle, alcançando 4,12% nos últimos 12 meses, inferior à média nacional.
O presidente da Findes, Paulo Baraona, atribui o crescimento a um ambiente de negócios favorável. “Estamos comprometidos em tornar as empresas locais mais competitivas e atrair novos investimentos para o Estado”, afirmou.
A análise do IAE-Findes revela que o crescimento foi liderado pela agropecuária, que avançou 8,9%, seguida pela indústria (3,9%) e pelos serviços (3,1%). A agricultura capixaba, em especial, foi beneficiada pela bienalidade positiva da lavoura do café, enquanto a pecuária também se destacou com aumento na produção de leite e suínos.
No setor industrial, o segmento de energia e saneamento teve um desempenho notável, com crescimento de 14,2%. A produção de petróleo e gás natural também contribuiu significativamente, com um aumento de 5% e 8,7%, respectivamente. O setor de transformação, por sua vez, apresentou crescimento moderado de 0,8%, impulsionado principalmente pela metalurgia.
A projeção para o final do ano é otimista, com estimativas de crescimento de 4,3% para a economia capixaba, superior à expectativa de 3% para o Brasil. Segundo Marília Silva, economista-chefe da Findes, esse resultado deve-se a um desempenho robusto na agropecuária (5,9%), serviços (3%) e uma recuperação na indústria (1,7%).
Contudo, o recente aumento na Taxa Selic, que passou de 10,5% para 10,75% ao ano, pode gerar desafios ao acesso ao crédito e inibir investimentos. Marília destaca que “uma taxa de juros elevada pode impactar negativamente o consumo das famílias e os custos para o setor produtivo”.