As mulheres brasileiras estão vivendo cada vez mais. Segundo dados do IBGE de 2025, a expectativa de vida feminina alcançou 81 anos, em média, superando em até nove anos a dos homens. No entanto, longevidade não é sinônimo automático de qualidade de vida. O desafio está em transformar esses anos adicionais em tempo de vitalidade, autonomia e bem-estar.
Especialistas afirmam que o envelhecimento ativo vai além da ausência de doenças: envolve manutenção da funcionalidade física e cognitiva, equilíbrio emocional e participação social. Para isso, mudanças no estilo de vida devem começar cedo, especialmente a partir dos 38-40 anos, quando se inicia a transição menopausal.
Nesse período, as mulheres podem enfrentar ondas de calor, insônia, alterações de humor, ganho de peso, queda da libido, perda de massa muscular e até lapsos de memória, conhecidos como brain fog. Todos esses fatores impactam autoestima e qualidade de vida, exigindo cuidados personalizados e integrados.
Para o ginecologista e obstetra Dr. Marcio Almeida, CEO da Bluzz Saúde, o olhar da medicina precisa ser ampliado. “A saúde feminina não pode ser restrita ao tratamento de sintomas. É fundamental adotar uma abordagem preventiva e integrada, que considere o corpo, a mente e a vida social da mulher. O envelhecimento ativo se constrói com planejamento e acompanhamento multiprofissional”, ressalta.
A alimentação é um dos pilares para atravessar essa fase com mais equilíbrio. A nutricionista da Bluzz, Fernanda Duarte, reforça que escolhas corretas fazem diferença. “Uma dieta rica em fibras, vegetais variados, proteínas magras e gorduras boas, como azeite e oleaginosas, contribui para regular hormônios, controlar o peso e preservar a massa muscular. Além disso, é importante limitar ultraprocessados, açúcar e excesso de álcool, que aceleram processos inflamatórios e podem agravar sintomas do climatério”, orienta.
A prática regular de exercícios físicos, tanto aeróbicos quanto de fortalecimento muscular, também é indispensável para preservar ossos, músculos e coração. O apoio psicológico e terapias complementares, como a meditação, podem ajudar a lidar com as mudanças emocionais e cognitivas. Em alguns casos, a terapia hormonal, sob orientação médica, pode ser indicada para aliviar sintomas mais intensos.
“O segredo está em enxergar essa fase como uma oportunidade de ressignificação e autocuidado. Quando a mulher se prepara e busca suporte profissional, pode viver essa etapa com mais energia, prazer e propósito”, afirma Dr. Marcio.
O caminho para uma longevidade saudável está na soma de pequenas escolhas diárias, combinadas a um acompanhamento profissional de qualidade. Assim, os anos a mais de vida conquistados pelas mulheres deixam de ser apenas números e passam a ser tempo vivido com autonomia, saúde e realização.