Há 5 anos, o Espírito Santo enfrentava a pandemia de COVID-19: Reflexões e Lições de uma Crise Sanitária
Em março de 2020, o Espírito Santo começava a viver o impacto de uma das maiores crises sanitárias da sua história. O Estado registrou, até 2023, mais de 1,2 milhão de casos confirmados e 14.847 óbitos relacionados ao coronavírus. A pandemia de COVID-19 colocou à prova a resiliência e o sistema de saúde do Espírito Santo, mas também demonstrou a importância da ação coordenada entre diversas entidades governamentais e a sociedade para enfrentar a crise.
Com o suporte de instituições como o Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), o Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo (CBMES), a Defesa Civil Estadual, a Secretaria da Saúde (Sesa) e a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), o governador Renato Casagrande liderou o Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) COVID-19, que organizou as ações de combate ao coronavírus no estado.
O Mapeamento de Risco e as Medidas de Contenção
Uma das iniciativas mais relevantes foi o Mapeamento de Risco, uma ferramenta que classificava os municípios capixabas de acordo com os índices epidemiológicos. Com mais de 100 mapas elaborados, essa ferramenta guiou as decisões de restrição e distanciamento social, com o objetivo de reduzir a propagação do vírus. Ao mesmo tempo, o Painel COVID-19 foi criado para fornecer transparência ao processo, com a divulgação diária de dados sobre casos confirmados, óbitos e recuperados.
Vacinação: O Marco da Esperança
A vacinação foi um dos pilares essenciais no enfrentamento da pandemia. O Estado do Espírito Santo iniciou a vacinação em 18 de janeiro de 2021, com 101.320 doses da CoronaVac, destinadas aos grupos prioritários. Desde então, a Sesa implementou estratégias de vacinação em massa, incluindo o agendamento online para facilitar o acesso da população e reduzir filas. Em julho de 2021, foi lançado o portal “Vacina e Confia”, uma plataforma que oferecia transparência e informações sobre a vacinação no estado.
Em setembro de 2021, o governo do Espírito Santo adquiriu 500 mil doses da vacina contra a COVID-19, do Instituto Butantan, para acelerar a imunização. A partir daí, mais grupos etários começaram a ser vacinados, com um ritmo crescente até que a maior parte da população estivesse coberta.
Hoje, a imunização continua sendo monitorada, com mais de 10 milhões de doses aplicadas até o fim de 2023. Apesar de a pandemia ter sido declarada oficialmente encerrada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em maio de 2023, a vacinação permanece como um legado importante, com a plataforma “Vacina e Confia” sendo um dos maiores marcos desse processo.
A Ampliação de Leitos e a Capacidade Hospitalar
Uma das medidas decisivas para conter o impacto da pandemia no sistema de saúde foi a ampliação da infraestrutura hospitalar. A Sesa, já antes da pandemia, havia iniciado um processo de expansão de leitos, com a entrega de hospitais de grande porte à população. Durante a crise, o Estado foi capaz de antecipar obras e reformar unidades de saúde, criando um número significativo de leitos exclusivos para pacientes com COVID-19.
Em um esforço coletivo, a capacidade de testagem também foi expandida. Inicialmente, o Espírito Santo realizava de 20 a 30 testes PCR por dia, mas, até hoje, a capacidade de processamento ultrapassa os três mil testes diários, posicionando o estado entre os mais eficientes do Brasil nesse quesito.
A Resposta Social e o Legado da Pandemia
Apesar das adversidades e da perda de mais de 14 mil vidas no Estado, o Espírito Santo soube responder à pandemia com ação estratégica e unificada. A colaboração entre o governo, as instituições de saúde e a sociedade civil foi fundamental para reduzir o impacto do vírus.
Em entrevista, o secretário de Saúde, Nésio Fernandes, destaca a importância da transparência e do planejamento antecipado na luta contra a pandemia: “Desde 2020, estávamos preparados para a vacinação. Antes mesmo de recebermos as vacinas, já havíamos adquirido seringas e agulhas, além de fazer ajustes na logística de distribuição.”
Ele também reforça a importância da vacinação: “O legado da vacinação será fundamental para futuras crises sanitárias. O portal ‘Vacina e Confia’ é um exemplo de como podemos garantir a transparência em um processo tão sensível.”
Atualmente, com os números de casos de COVID-19 reduzidos, a situação no Espírito Santo está sob controle. Contudo, a Secretaria da Saúde mantém a vigilância, e reforça a importância da vacinação, especialmente para os grupos mais vulneráveis, além de continuar com o monitoramento dos dados epidemiológicos.
O Futuro e as Lições da Pandemia
Cinco anos após o início da pandemia, o Espírito Santo emerge com uma lição importante: a união entre as autoridades públicas e a sociedade civil, aliada à ciência e à transparência, foi crucial para minimizar os impactos da COVID-19. Além disso, a capacidade de adaptação e resposta das autoridades e do sistema de saúde foi fundamental para garantir que o Estado estivesse preparado para os desafios que a pandemia impôs.
O legado desses cinco anos é claro: a ciência, a solidariedade e a atuação integrada das diversas esferas de governo são fundamentais para o enfrentamento de crises sanitárias. A pandemia de COVID-19 não apenas testou a resiliência do Espírito Santo, mas também fortaleceu a capacidade do estado em enfrentar futuras adversidades, com um sistema de saúde mais robusto e um modelo de governança mais eficaz.
Por: Luciene Costa
Fonte: SESA