Saúde

Espírito Santo Lidera Cobertura Vacinal contra o HPV em 2024

Espírito Santo Lidera Cobertura Vacinal contra o HPV em 2024 no Brasil, Superando as Metas Nacionais

Em 2024, o Espírito Santo se destacou como o estado com a maior cobertura vacinal da vacina contra o HPV no Brasil, tanto para meninas quanto para meninos. Dados preliminares do Ministério da Saúde, fornecidos pela Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), revelam que o estado atingiu uma cobertura impressionante de 98,64% entre meninas de 9 a 14 anos e 89,75% entre meninos da mesma faixa etária.

Esses números superam significativamente a média nacional, que é de 82,33% para meninas e 66,76% para meninos. A meta nacional estabelecida para a vacina contra o HPV é de 90%, e os dados preliminares indicam que o Espírito Santo já está muito próximo de alcançar esse objetivo, especialmente no público feminino, e pode até superá-lo no público masculino.

O Secretário de Estado da Saúde, Tyago Hoffmann, comemorou o resultado: “Apesar de ainda preliminares, esses dados são motivo de celebração. O Espírito Santo, com o trabalho conjunto da Secretaria da Saúde e dos 78 municípios capixabas, está mostrando que a recuperação das coberturas vacinais está dando frutos. Esse é um excelente reflexo de como a parceria entre as esferas de governo e a mobilização local pode gerar resultados para a saúde pública”, afirmou Hoffmann.

A vacina contra o HPV, que tem como objetivo prevenir o câncer cervical, além de outras neoplasias relacionadas ao Papilomavírus Humano, foi oferecida em 2024 com um esquema de dose única para crianças e adolescentes entre 9 e 14 anos. A mudança no protocolo de aplicação foi adotada pelo Ministério da Saúde, com o intuito de facilitar a adesão e ampliar a cobertura.

Para Danielle Grillo, coordenadora do Programa Estadual de Imunizações da Secretaria da Saúde, o sucesso da vacinação no Espírito Santo reflete um trabalho intersetorial entre as áreas da Saúde e da Educação. “A vacinação de adolescentes está diretamente relacionada com ações além das unidades de saúde, como a ampliação da oferta de vacinas nas escolas e a busca ativa de pessoas. A colaboração entre as secretarias de Saúde e Educação foi decisiva para esses bons resultados”, explicou Grillo.

Desde 2019, a Lei Estadual nº 10.913, que exige a apresentação do Cartão de Vacinação para matrícula escolar, fortaleceu ainda mais essa parceria. A medida garantiu que as escolas, tanto públicas quanto privadas, desempenhassem um papel fundamental na cobertura vacinal.

A coordenadora também destacou a importância do esforço contínuo na qualificação dos dados de vacinação, por meio do sistema capixaba Vacina e Confia, e o engajamento dos municípios nas estratégias de vacinação, o que tem sido essencial para a recuperação das coberturas.

Embora os números de 2024 já indiquem avanços significativos, o Espírito Santo também enfrenta desafios. Na campanha de vacinação contra a Influenza, o estado obteve o primeiro lugar em cobertura, com 69,03%. Apesar dessa posição de destaque, o número ainda está abaixo da meta nacional de 90%, refletindo uma adesão abaixo do esperado.

Danielle Grillo apontou que o cenário de desinformação, especialmente associada à pandemia de Covid-19, tem impactado negativamente a adesão da população à vacinação contra a gripe. “As fake news continuam a gerar desconfiança nas vacinas. Por isso, é fundamental intensificar a educação em saúde nos territórios, especialmente com o público idoso, que historicamente tem sido mais receptivo às vacinas”, afirmou.

Além do sucesso na vacinação contra o HPV e a Influenza, o Espírito Santo também obteve resultados expressivos em outras campanhas de vacinação. Seis das dez vacinas prioritárias para crianças menores de 2 anos, estabelecidas no Plano Estadual de Saúde, superaram as metas de cobertura em 2024. Entre elas, destacam-se as vacinas BCG, Pentavalente, Pneumo 10 e Tríplice Viral, todas com coberturas superiores a 90%, o que demonstra o esforço contínuo na recuperação das coberturas vacinais no estado.

Entretanto, algumas vacinas, como a de Febre Amarela e Hepatite A, enfrentaram dificuldades devido ao desabastecimento de doses em todo o Brasil, o que impactou negativamente suas coberturas.

O Espírito Santo segue firme em sua estratégia de recuperação das coberturas vacinais. O trabalho conjunto entre a Secretaria de Saúde, os municípios e as escolas tem se mostrado eficaz na ampliação do alcance das vacinas, com resultados que reverberam não apenas no estado, mas também servem de exemplo para o restante do país.

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