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Voluntariado é ensinado em sala de aula e com ações práticas

Por mais que algumas pessoas tenham aparentemente mais empatia que outras, iniciativas mostram que é possível ensinar em sala de aula os alunos a serem voluntários e participarem de ações práticas de soluções de problemas atuais da sociedade. É o caso do Centro Educacional Leonardo da Vinci, que tem em seu currículo, além de aulas sobre voluntariado no 7º ano do Ensino Fundamental e uma disciplina eletiva com o mesmo tema na 1ª série do Ensino Médio, diferentes projetos de impacto social nos quais os alunos são protagonistas.

 Um desses projetos é o Parceria Solidária, que consiste em monitorias de Matemática, Inglês, Educação Financeira e Arte oferecidas todas as sextas-feiras a tarde por alunos da 1ª e 2ª séries do Ensino Médio a estudantes do 6º ao 9º anos do Ensino Fundamental da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Aristóbulo Barbosa Leão.

 Outras ações realizadas pela escola são a Campanha Solidária, que arrecada itens diversos para doação a instituições, com pelo menos quatro edições anuais; a Terça Sonora, em que alunos se voluntariam para tocar algum instrumento ou cantar às terças-feiras durante a entrada do turno matutino; o Geotalks, que alunos se disponibilizam para fazer uma apresentação para os demais sobre algum tema da atualidade; e os diversos clubes acadêmicos da escola (Xadrez, Ciências, Poesia e Cultura), que são coordenados por estudantes voluntários.

De acordo com o coordenador pedagógico Joelmo Costa, a participação em todos esses projetos não agrega pontos nas notas, são de fato ações de doação de tempo, energia e conhecimento em benefício do outro. Ele lembra, entretanto, que algumas delas podem ser acrescidas ao currículo do estudante, sendo relevantes principalmente em processos seletivos de universidades do exterior.

“Buscamos oferecer uma formação cidadã e o voluntariado é ensinado e praticado. Os alunos se sentem protagonistas na execução dos projetos, se doam, se envolvem e vão gostando do processo. Passam a desenvolver uma preocupação maior com as comunidades escolar e a externa, onde ele mora. Pesquisas mostram que o voluntário se sente feliz fazendo o bem para o outro, pois ele se vê como um cidadão participativo”, esclarece Joelmo.

 A orientadora educacional dos ensinos Fundamental II e Médio da escola, Valéria Merçon Assad, concorda. “É preciso incentivar e desenvolver o olhar sensível de crianças e adolescentes para as causas e o sofrimento do outro. Isso é importante para a formação do indivíduo”, acrescenta Valéria.

Nesse contexto, a professora de História e Sociologia, Ana Paula Aguiar, conta que, fruto do projeto colaborativo Solte a sua Voz, da disciplina Projeto de Vida, que aborda neste momento o tema voluntariado, uma nova ação social já começa a tomar forma. “Os alunos do 7º ano propuseram a realização de um encontro de gerações no Asilo de Vitória. Além de levar doações e um lanche, eles querem ter um momento de entrevista com os idosos, abordando temas como vida, sabedoria e memórias da infância. Pretendem cantar e tocar, ter um tempo afetivo, ouvir, doar tempo, carinho e atenção aos idosos”, comenta Ana Paula.

Segundo a professora, a intenção tem sido entender o valor do trabalho voluntário, identificar problemas, refletir sobre eles, propor soluções e fazer uma ação prática, sempre reforçando valores como ética e solidariedade.

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