O Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou recentemente uma resolução que restringe a prescrição médica de terapia hormonal e anabolizantes com o objetivo de melhorar a estética, ganhar massa muscular e aprimorar o desempenho esportivo. No entanto, vale destacar que a terapia hormonal não está proibida quando utilizada para fins de saúde legítimos.
De acordo com o Dr. Igor Barcelos, renomado endocrinologista e metabologista, especializado pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, “hormônios são essenciais para nosso organismo, pois regulam o corpo todo. Se os hormônios estão baixos, crescem riscos como diabetes, infartos e doenças cardíacas. Além disso, diminui a disposição, a energia e a libido, aumentando o ganho de gordura, a perda de massa magra e vêm as ondas de calor”, pontua.
A resolução do CFM, agora em vigor, ressalta a importância de comprovar a deficiência dos hormônios por meio de diagnóstico médico antes de iniciar qualquer terapia de reposição hormonal. A norma destaca também a falta de evidências científicas que sustentem a necessidade de terapia hormonal androgênica em níveis acima dos fisiológicos, tanto em homens quanto em mulheres. Além disso, a medida veta a prescrição de hormônios divulgados como “bioidênticos” ou em formulações “nano” sem a devida comprovação científica de superioridade clínica.
Nesse contexto, o especialista indica que, “se os hormônios estão baixos, deve-se realizar a reposição hormonal. Esse tratamento pode trazer efeitos também estéticos e de melhora de performance, mas não é esse o objetivo da prescrição. O CFM proibiu o uso para quando o objetivo é exclusivamente estético ou de performance”.
Complementando a resolução, o uso de esteroides anabolizantes, que tem se tornado cada vez mais comum no meio esportivo e entre praticantes de atividades físicas, continua sendo indicado para o tratamento de doenças que cursam com baixa massa muscular como na sarcopenia ou na desnutrição, não sendo recomendado para uso estético.
“Um homem com a testosterona baixa deve fazer a reposição. Uma mulher com problemas como cólicas intratáveis, TPM muito grave, endometriose, miomas ou reposição hormonal de menopausa também pode ter alterações hormonais no qual o ajuste hormonal irá lhe trazer saúde e qualidade de vida. O objetivo do tratamento é cuidar da saúde”, conclui.
O Dr. Igor Barcelos reforça que a terapia hormonal, quando prescrita e administrada sob orientação médica adequada, continua a ser uma ferramenta valiosa para o tratamento de condições de saúde específicas, oferecendo benefícios significativos aos pacientes.