Especialista orienta sobre o diagnóstico financeiro para que casais evitem dificuldades na vida a dois
Problemas financeiros estão no topo da lista dos motivos de separação no Brasil. De acordo com um levantamento realizado pela plataforma MeuPatrocínio, 60% dos divórcios no país têm origem em questões relacionadas ao dinheiro. Em meio à correria da vida moderna, onde contas, dívidas e planos futuros coexistem, conversar sobre finanças nem sempre é uma tarefa fácil para os casais — mas é essencial.
Segundo Cecília Perini, sócia e líder da XP Investimentos no Espírito Santo, o primeiro passo para evitar desgastes é a transparência. “Eu sempre levanto a bandeira do longo prazo, ainda mais quando a gente fala sobre filhos e outros objetivos futuros. O casal tem que estar no mesmo propósito. Dessa forma, as discussões do dia a dia são pequenas, porque vocês têm um objetivo em comum”, explica.
Diagnóstico financeiro: um ponto de partida
Para começar a organizar a vida financeira a dois, Cecília destaca quatro pilares fundamentais:
Estabelecer objetivos financeiros em comum
Criar um orçamento familiar realista
Investir em educação financeira
Planejar o futuro com foco em investimentos diversificados
Conversar sobre dinheiro exige maturidade emocional. Mas, além disso, exige informações claras. Muitas vezes, os casais desconhecem a real situação financeira um do outro, o que pode levar a desequilíbrios na hora de dividir as responsabilidades.
“O ponto principal é, realmente, ter uma discussão propositiva sobre o orçamento familiar. Caso haja uma reserva financeira que esteja se esgotando, é importante analisar o orçamento detalhadamente para compreender para onde os recursos estão indo. Às vezes, uma das pessoas pode estar carregando um compromisso que não deveria e isso tem que ser colocado em questão”, alerta Cecília.
A pesquisa também revela que 74% dos casais que dividem igualmente as despesas dizem discutir sobre dinheiro pelo menos três vezes por semana. Esse dado reforça a importância de um alinhamento mais profundo sobre hábitos e prioridades financeiras. Quando há uma compreensão mútua sobre os rendimentos, as dívidas e os objetivos, é mais fácil tomar decisões conjuntas.
A especialista destaca que cortar gastos não significa abrir mão da qualidade de vida, mas sim reorganizar prioridades. “Rever despesas supérfluas e ajustar o orçamento são medidas que trazem alívio e clareza. Isso ajuda o casal a viver dentro das possibilidades e ainda sonhar com objetivos maiores.”
Com as finanças sob controle, é hora de pensar no futuro. Cecília recomenda a diversificação dos investimentos como uma das formas mais eficazes de garantir segurança financeira a longo prazo. A estratégia permite compensar eventuais perdas com ganhos em outras frentes, criando uma base sólida para conquistas conjuntas.
“É essencial que o casal se veja como uma equipe. Planejar o futuro juntos, com disciplina e clareza de objetivos, não só fortalece a saúde financeira, mas também a relação afetiva”, completa a especialista.
Em tempos de incerteza econômica, o diálogo franco e a educação financeira podem ser os maiores aliados de uma vida a dois mais equilibrada e feliz. Afinal, quando o amor caminha lado a lado com o planejamento, o futuro se torna mais promissor — e mais leve.
