No olhar tímido de Risomar dos Santos, de 67 anos, residindo em Sotema, reside uma história de décadas de luta contra um vício insidioso: o tabagismo. Por 48 anos, Risomar foi cativa do cigarro, mas há quatro semanas, ela tomou uma decisão corajosa: parar de fumar.
“Comecei a fumar por influência de amigos que dormiam em casa. ‘Fuma aqui, dá uma tragada’. E fazia isso escondido dos meus pais. Daí em diante, nunca consegui parar de fumar”, compartilha ela, refletindo sobre as origens de seu hábito.
Com um consumo que chegava a dois a três maços de cigarro por dia, Risomar finalmente decidiu dar um fim a esse ciclo vicioso. “Depois de quase 50 anos, resolvi parar de fumar porque tenho filhos, netos, e não quero incentivá-los que sigam esse caminho. Chegou um momento da minha vida que pensei: ‘preciso parar de fumar pela minha saúde e pela minha família'”, revela.
Foi então que Risomar se uniu ao Programa de Apoio à Pessoa Tabagista (PAPT), oferecido em seis Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de Cariacica. “O início não é fácil, mas o grupo se apoia. Há quatro semanas estou me sentindo bem, com plena certeza de que vou vencer o vício”, comemora ela, expressando sua determinação.
Marcia Maria Rocon Ferreira, fonoaudióloga e referência técnica do PAPT, destaca os desafios enfrentados pelos participantes do programa. “A maioria chega aqui e relata a situação de estresse, com sintomas depressivos, ansiedade e com a angústia de estar fumando já há 10, 15, 20 anos. Então eles chegam procurando apoio. Eles até tentam falar ‘eu quero parar de fumar’, mas a maioria das falas são: ‘eu quero, mas não consigo'”.
“Porém eles chegam em um momento da vida que eles decidem, têm a motivação e participam do tratamento porque eles realmente querem parar”, ressalta Marcia, destacando a importância do comprometimento pessoal na jornada para deixar o cigarro para trás.
