A galeria Matias Brotas estreia na ArPa, um dos eventos de cenário artístico brasileiro, conectando artistas, galerias e colecionadores em um ambiente que celebra a pluralidade e excelência da arte contemporânea de forma multifacetada, e que acontece de 26 a 30 de junho, no Estádio do Pacaembu, em São Paulo.
A participação da galeria no evento marca um importante momento de celebração dos 18 anos da Matias Brotas. Momento esse em que a galeria se expande cada vez mais no mercado nacional, já que hoje tem 40% do seu faturamento vindo de outros estados. “Cientes da necessidade de ampliação territorial e da importância de apresentar nosso trabalho para além do Espírito Santo, estaremos mais uma vez participando de uma grande feira, dessa vez pela primeira vez marcando presença na ArPa – uma feira de arte múltipla, participativa e plural, que além de ser uma plataforma única para conectar artistas e galerias com colecionadores, desempenha um papel fundamental no fortalecimento e expansão do movimento artístico no Brasil, tendo sido reconhecida como um epicentro de descobertas artísticas.”, explica Lara Brotas, co-fundadora e diretora de projetos da Matias Brotas.
Em sua 3ª edição, a ArPa tem uma proposta curatorial expográfica diferenciada, criando espaços para pensar a experiência no estande. Por isso, com curadoria do crítico de arte Agnaldo Farias, a Matias Brotas apresentará obras dos artistas Adrianna Eu, Arthur Arnould e José Bechara, artistas brasileiros representados pela galeria que circulam pelo cenário nacional e internacional da arte contemporânea. Como disse Agnaldo: “São três artistas, três vozes, três maneiras de abordar o mundo”.
Um dos destaques no estande será uma obra exclusiva do artista José Bechara, uma parceria inédita da Matias Brotas com a Brasigan, empresa capixaba referência em rochas. O artista apresenta uma escultura inédita pautada na instabilidade, um paralelepípedo de mármore branco de bordas ásperas com uma semiesfera escavada na sua face superior, ao lado de uma esfera da mesma matéria cujo diâmetro é levemente maior, ou seja, não se encaixa onde talvez ela poderia repousar. “O que me projetou na direção desse trabalho era essa ideia das impossibilidades de todos, que a gente tem que lidar no dia a dia da vida. Essa oscilação entre o que dá certo e o que dá errado, entre o que se completa e o que não se completará nunca. Isso que a obra contém”, explica Bechara.
Uma curadoria de obras da artista carioca Adrianna EU também promete emocionar e aguçar os olhares e reflexões de quem visitar o estande da Matias Brotas. Adrianna ficou conhecida pelo uso de linhas, sanguíneas, emaranhadas em rolos mais ou menos embaraçados, em alguns casos estiradas e pendendo do furo de agulhas, de pequenas a agigantadas.
Segundo o curador Agnaldo Farias, o foco do trabalho da artista recai sobre as artes visuais e o leitor deve ter em mente que ela trafega pela literatura com igual desenvoltura. “Será preciso ressaltar a alusão ao cordão umbilical, à conexão mantida entre a mãe e o feto, quando este está colado e depois encaixado no calor do útero, casa primeira com suas paredes de carne e sangue? E o que dizer da costura, desse exercício superior fundado no estabelecimento de contato, na união de partes disjuntas, daquilo que trazemos para junto de nós, porque nos falta, porque sem essas partes ainda somos mais inconclusos”, explica Agnaldo.
Já as obras do artista Arthur Arnold será um convite para contemplar as nuances da experiência humana em meio à coletividade, explorando tanto suas belezas quanto seus perigos. Seu trabalho se destaca pela exploração da relação entre o indivíduo e a identidade coletiva. Em sua jornada artística, ele mergulha nas complexidades da paisagem humana formada pelas multidões, onde as características individuais se diluem e se distorcem. Através da pintura, Arthur reflete sobre os efeitos da inserção do indivíduo no contexto das massas, independentemente das motivações por trás de cada agrupamento.