Em meio a uma grave crise hídrica que afeta o Espírito Santo, o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Santos, e o deputado Fabrício Gandini, líder da Comissão de Meio Ambiente, realizaram uma visita à Barragem do Jundiá, em Jaguaré, nesta sexta-feira (22). Acompanhados do prefeito Marcos Guerra, eles discutiram estratégias para mitigar os efeitos da estiagem na região.
A visita ocorre em um momento crítico, onde apenas 2% da média normal de chuvas foi registrada em setembro, conforme dados do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC). Além da escassez de água, o aumento populacional e as queimadas têm exacerbado a situação.
“O que estamos vendo em Jaguaré é uma realidade que se repete em várias partes do Espírito Santo. Precisamos agir de forma imediata para apoiar os municípios com medidas emergenciais e um planejamento de longo prazo”, afirmou Marcelo Santos. Ele ressaltou a urgência na construção de grandes barragens para garantir a sobrevivência da agricultura e o abastecimento sustentável das cidades.
A falta de chuva também preocupa os produtores rurais da região. Até o dia 20 de setembro, o principal reservatório do município teve uma queda de mais de um metro e meio. O produtor Luciano Laquini fez um apelo ao poder público: “Precisamos de uma legislação que facilite o licenciamento para reservação hídrica e que proponha ações concretas, como a construção de novas barragens”.
Fabrício Gandini, por sua vez, destacou a necessidade de um plano que atenda todo o estado, não apenas Jaguaré. “Precisamos de uma política hídrica eficiente que contemple todas as regiões, garantindo o abastecimento e fortalecendo a agricultura. A construção de grandes reservatórios é fundamental para enfrentarmos crises cada vez mais frequentes”, afirmou.
Diante da crise, a Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh) implementou a resolução nº 003/2024, que estabelece medidas restritivas de uso da água: 20% de redução para a agricultura, 25% para a indústria e agroindústria, e 35% para outros usos. O governador do estado destacou que a estiagem também contribui para o aumento dos focos de incêndio, com mais de cinco mil hectares queimados.
“Estamos contratando um novo sistema de monitoramento que avalia a seca no solo. Hoje, 71 municípios vivem uma situação crítica em relação à água. É crucial que haja um uso racional dos recursos hídricos”, enfatizou o governador.
Nos próximos dias, a Assembleia Legislativa, em parceria com a Comissão de Meio Ambiente e o Governo do Estado, discutirá propostas para minimizar os impactos da estiagem. Marcelo Santos concluiu: “Nosso objetivo é unir esforços para criar soluções que atendam às necessidades urgentes da população, garantindo o abastecimento de água e preservando a agricultura, vital para nossa economia”.
Fotos: Bruno Fritz.