Comportamento

Governo do ES Anuncia Sistema Avançado para Combate a Queimadas e Desmatamento

Novo Sistema para Monitoramento de Queimadas e Desmatamento em Meio à Crise Hídrica

O governador Renato Casagrande anunciou, nesta quarta-feira (18), a aquisição do sistema Brasil Mais, uma ferramenta avançada para identificar áreas queimadas e focos de incêndio no Espírito Santo. O sistema será implementado na Central de Monitoramento de Florestas (CMF) do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), ampliando a capacidade de vigilância ambiental no estado.

Durante uma coletiva de imprensa na sede do Idaf, Casagrande destacou a importância da nova tecnologia, que permitirá o monitoramento diário de toda a vegetação do Estado e a emissão de alertas em tempo real sobre desmatamento ilegal. “Hoje, apenas 15% do território capixaba é monitorado. Com o Brasil Mais, teremos cobertura total e monitoramento em tempo real, o que é crucial, especialmente neste período em que mais de cinco mil hectares já foram queimados”, ressaltou o governador.

O secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Felipe Rigoni, acrescentou que a nova ferramenta permitirá ao governo vigiar continuamente o território, identificando mudanças no solo e focos de incêndio. “Essa tecnologia é um passo significativo para o controle ambiental e uma resposta rápida na preservação das florestas”, afirmou.

O diretor geral da Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh), Fabio Ahnert, também abordou a situação crítica das fontes de abastecimento na Grande Vitória. “O Espírito Santo enfrenta um período de estiagem severa, e os principais rios estão com vazões mínimas devido à falta prolongada de chuvas e ao clima seco”, alertou Ahnert. Ele anunciou que, em razão da crise hídrica, foi publicada uma resolução que transforma recomendações em obrigações, exigindo que setores usuários de água reduzam sua captação. “Estabelecemos uma redução de 20% para a agricultura, 25% para a indústria e 35% para outros usos”, explicou.

O secretário de Agricultura, Enio Bergoli, destacou a importância dessas medidas para garantir o abastecimento de alimentos. “A redução foi pensada para assegurar que a agricultura, especialmente em áreas que utilizam sistemas de irrigação eficientes, possa continuar operando sem comprometer o abastecimento hídrico”, afirmou. Bergoli enfatizou que os agricultores devem adotar práticas de irrigação mais eficientes, utilizando os períodos mais frescos do dia para reduzir a evaporação.

Além do anúncio do novo sistema, Casagrande informou que o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) contratará 72 brigadistas temporários para atuar nas unidades de conservação e áreas adjacentes. A contratação de máquinas para a construção de aceiros, faixas de terra sem vegetação que ajudam a conter a propagação do fogo, também está prevista.

“O Iema continua firme na preservação da biodiversidade. Estamos em um período de estiagem e calor intenso, onde qualquer faísca pode gerar uma tragédia. Todos precisamos evitar queimadas”, destacou Mário Louzada, diretor-presidente do Iema.

A situação dos rios capixabas é preocupante, com a vazão do Rio Jucu em torno de 8 mil litros por segundo e a do Rio Santa Maria em cerca de 3.700 litros por segundo. “Estamos vivendo uma nova realidade hidrológica, com vazões cada vez mais baixas. Precisamos monitorar a situação diariamente”, afirmou Ahnert. Apesar do cenário desafiador, ele garantiu que a hidrelétrica de Rio Bonito, com 84% de sua capacidade, oferece uma margem de segurança para o abastecimento da Grande Vitória.

As medidas de restrição na utilização da água foram intensificadas em resposta à seca. “A resolução de estado de atenção, que até agora era recomendatória, torna-se obrigatória. A população deve estar ciente de que a economia de água é crucial neste momento”, concluiu Ahnert.

Foto: Hélio Filho/Secom

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