Heloísa Capelas, especialista em autoconhecimento e inteligência emocional, explica como desenvolver essa habilidade e aplicá-la na rotina de trabalho
Celebrado no próximo 21 de abril, o Dia Mundial da Inovação e Criatividade é uma iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU), a fim de aumentar a consciência sobre o uso dessa capacidade para aprimorar diferentes aspectos do desenvolvimento humano. Segundo Heloísa Capelas, escritora especialista em autoconhecimento e inteligência emocional, muito além de sua forte relação com a evolução tecnológica, a inovação no ambiente corporativo pode estar diretamente ligada à maneira como os profissionais se relacionam, enxergam seu trabalho e desenvolvem as soft skills.
“Podemos inovar emocionalmente todos os dias, a partir de alguns passos básicos que, se praticados constantemente, podem nos ajudar a evoluir em muitos aspectos profissionais. Quando nos autoconhecemos, a partir de uma análise mais profunda, entendemos melhor quem somos e onde queremos chegar. Conseguimos identificar sentimentos e comportamentos negativos, muitas vezes repercutidos em piloto automático, que podem estar sabotando nosso sucesso. A inovação emocional é um processo que acontece de dentro para fora. É reciclar nossos padrões comportamentais para buscarmos, continuamente, a melhor versão de nós mesmos”, comenta Heloísa.
Pensando em contribuir com este processo, a especialista reuniu algumas dicas que podem ajudar a inovar no ambiente corporativo, a partir do desenvolvimento humano e da prática constante de algumas habilidades, durante a rotina de trabalho. Confira:
1. Saia do piloto automático
Pare, pense e respire antes de tomar qualquer atitude. Pensar para respirar é o mesmo que respirar com atenção. E respirar com atenção ajuda a sair do “piloto automático” e tomar consciência de uma ação que pode estar sendo feita sem reflexão. Ou seja, significa dar o primeiro passo para começar a se olhar com outros olhos, para começar a se enxergar com mais profundidade. A respiração consciente ajuda a afastar o estresse, proporciona bem-estar, e estimula habilidades como criatividade, entusiasmo e o raciocínio lógico.
2. Reconheça o lixo emocional
Quem você quer ser como profissional e ser humano, que marca quer deixar? Para inovar emocionalmente e colocar sua melhor versão em prática, é necessário reconhecer quais aspectos negativos necessitam ser revistos, aceitar inicialmente que fazem parte de você, mas sem entrar na autocrítica e no julgamento. Há comportamentos que ficam tão enraizados que nem percebemos, mas, na maioria das vezes, aparecem num impulso e rompem com os caminhos de crescimento e a possibilidade de construir relações de sucesso.
3. Recicle-se a partir do autoconhecimento
Ter consciência sobre si e suas emoções é essencial para sua inovação. Não há como jogar para fora um comportamento, mas é possível, sim, fazer uma “reciclagem”. Com a percepção sobre o que não é bom, é possível escolher seguir de outra forma, ter uma nova atitude, dar uma nova resposta emocional ao que te acontece e adotar novos hábitos. Quando usamos o poder de escolha, colocamos em prática a autonomia emocional e a autoliderança: você, primeiro, líder de si mesmo.
4. Esteja aberto para o novo
Embora tudo o que seja novo desperte uma certa insegurança pelo medo do desconhecido, quando estamos abertos para as novidades, dizemos sim para a evolução. Seja em termos de novas tecnologias, processos, práticas e como agir de forma diferente e totalmente aberta aos avanços pessoais e profissionais. Esteja aberto para mudar seus paradigmas e à autorreflexão, aceitando o convite para a inovação como seres sociais e humanos.
5. Seja positivo
Você pode escolher ser positivo, olhar para as circunstâncias sabendo que fácil ou difícil, você terá que superá-las. Os problemas estão aí, mas como posso resolvê-los da melhor maneira possível? Significa colocar em prática a autorresponsabilidade e isso não tem nada a ver com brincar de ser contente, mas sim, encarar a vida com otimismo. Quando você trabalha a favor da positividade, reconhece sim os problemas, mas passa a encontrar meios para seguir e se sustentar. Não teremos controle exato sobre o que está fora de nós, mas temos o poder de escolher quais respostas emocionais e comportamentos teremos ao que nos acontece. Esse caminho fortalece nossa capacidade de inovar.
