Exportações de minério de ferro impulsionam crescimento de mais de 100% no saldo comercial capixaba em relação ao mês anterior
A balança comercial do Espírito Santo apresentou um desempenho expressivo em março deste ano, encerrando o mês com um superávit de US$ 48 milhões, segundo levantamento do Connect Fecomércio-ES com base em dados do Comex Stat. O resultado representa um crescimento de 123,44% em relação a fevereiro e de 116,28% na comparação com março de 2024.
A corrente de comércio capixaba – que soma exportações e importações – atingiu US$ 1,715 bilhão, alta de 19,52% frente ao mês anterior. As exportações totalizaram US$ 882,21 milhões, avanço de 43,67%, enquanto as importações subiram modestamente 1,47%, alcançando US$ 833,58 milhões.
De acordo com o coordenador de pesquisa do Observatório do Comércio da Fecomércio-ES, André Spalenza, o bom desempenho é reflexo direto do aumento das exportações, especialmente do setor mineral. “O crescimento do superávit comercial capixaba está fortemente ligado à valorização dos produtos exportados, com destaque para o minério de ferro”, afirmou.
Principal item da pauta exportadora capixaba, o minério de ferro e seus concentrados responderam por 29,32% do total exportado, movimentando US$ 258,65 milhões. O aumento da demanda por parte de países como Estados Unidos (de US$ 20 milhões para US$ 65 milhões), Trinidad e Tobago (de US$ 8 milhões para US$ 30 milhões), Coreia do Sul (US$ 45 milhões) e Catar (US$ 23 milhões) ajudou a impulsionar os números.
A celulose ocupou a segunda colocação entre os produtos exportados, com US$ 129,42 milhões, beneficiada pela elevação das compras dos EUA (de US$ 12 milhões para US$ 72 milhões) e da China (de US$ 5 milhões para US$ 19 milhões). Já o tradicional café não torrado, que historicamente figura entre os principais itens de exportação, caiu para a quinta posição, com US$ 89 milhões. Os produtos semi-acabados de ferro ou aço ficaram em terceiro lugar, com US$ 90,6 milhões exportados.
Apesar do forte desempenho das exportações, as importações também mantiveram patamar elevado. Os veículos de passageiros lideraram a pauta importadora, somando US$ 162,9 milhões (19,54% do total). Em seguida aparecem aeronaves e equipamentos relacionados (US$ 137,7 milhões) e veículos de carga e uso especial (US$ 130,3 milhões).
No ranking das cidades exportadoras, Aracruz se destacou como a maior exportadora do mês, com US$ 169 milhões (19%). Na sequência, Vitória movimentou US$ 165 milhões (18%) e Anchieta, US$ 151 milhões (17%). Já nas importações, Cariacica concentrou 45% do total (US$ 375 milhões), seguida por Vitória, com US$ 216 milhões (26%).
Outro ponto positivo para o estado foi a melhora nos termos de troca, que subiram 10,2% em relação a março do ano passado, atingindo 104,04 pontos. Isso indica que os preços dos produtos exportados cresceram mais do que os preços dos importados, o que melhora a competitividade e fortalece a economia local.
Segundo Spalenza, esse índice reflete fatores como demanda global, taxa de câmbio e custos de produção. “Com preços de exportação mais vantajosos, o Espírito Santo ganha poder de compra no mercado internacional e se fortalece frente a outros estados exportadores”, explica.
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