Economia

Cenário de alta da taxa Selic impulsiona aplicações na Renda Fixa

Nova alta da Selic traz oportunidades para diversificar investimentos e proteger o patrimônio financeiro

Nesta semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa básica de juros da economia brasileira em 0,5 ponto percentual. Com a decisão, a Selic volta a subir, movimento já antecipado por analistas e investidores diante de um cenário de inflação persistente e atividade econômica aquecida.

Para Caio Megale, economista-chefe da XP, a elevação dos juros reflete a necessidade de uma política monetária mais restritiva. “A inflação ainda está alta e a atividade econômica está forte, o que demanda juros elevados por um bom tempo”, avalia. Em relatório divulgado pela corretora, os economistas da casa alertam ainda para a influência de fatores externos. “Os membros do Copom vêm enfatizando que a incerteza global exige cautela adicional na condução da política monetária e também vêm destacando que o aumento da incerteza exige flexibilidade”, escreveram Megale, Rodolfo Margato e Alexandre Maluf.

Apesar de juros altos prejudicarem ativos de risco, como ações e fundos imobiliários, o cenário cria boas oportunidades para investidores mais conservadores, especialmente os que priorizam segurança e estabilidade. É o que aponta Cecília Perini, sócia e líder da XP em Minas Gerais e no Espírito Santo. “As opções de investimentos em renda fixa, sobretudo os que têm prazos de vencimento curto ou intermediário, são as melhores alternativas atualmente. Com taxas próximas a IPCA+7%, esses títulos oferecem rendimento atrativo, mesmo em cenários de repique inflacionário”, explica.

Títulos pós-fixados e Tesouro Selic estão entre os preferidos do público neste novo ciclo de alta. O retorno mais previsível e a proteção contra oscilações tornam esses produtos ainda mais atrativos. “Os produtos de renda fixa têm apresentado uma melhor margem de ganho e estão atraindo os investidores, principalmente por oferecer estabilidade e segurança”, reforça Cecília.

No entanto, a especialista também chama atenção para a importância da diversificação. “Esse movimento pode gerar oportunidades também na renda variável, com a oferta de papéis com valores mais competitivos, pensando no longo prazo. A diversificação deve ser sempre um mantra para quem investe, pois ajuda a proteger o patrimônio diante das variações do mercado.”

Com as portas ainda abertas para novos ajustes na Selic, o investidor deve acompanhar de perto os próximos passos do Copom. Em um ambiente de maior volatilidade global, o equilíbrio entre risco e retorno se torna ainda mais essencial na construção de uma carteira robusta.

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