De 19 a 22 de abril, mais de 260 atletas participaram do Campeonato Brasileiro de Atletismo Paralímpico, realizado em São Paulo. Na delegação capixaba, três esportistas representaram a cidade de Vila Velha e todos garantiram medalha de ouro na competição – categoria T20 (deficiência intelectual), inclusive com o alcance de recordes brasileiros. Além de talento e dedicação dos atletas, os resultados são uma conquista do trabalho que vem sendo desenvolvido pelo Projeto Treinamento Paralímpico.
Aluno da iniciativa há cinco anos, Wendel Xavier Sabino levou o ouro no salto em distância sub-20. Atingindo a distância de 6,23 metros, o atleta quebrou o recorde brasileiro. Aos 17 anos, Wendel se recuperou recentemente de uma lesão que o impediu de competir no ano passado. Em 2021, ele foi campeão brasileiro em três provas: salto em distância, corrida de 250 metros e de 1.000 metros.
Nicolas Oliveira Fortunato, 16 anos, conquistou a sua primeira medalha de ouro na modalidade de salto em distância sub-17, quebrando o recorde na sua categoria ao alcançar 5,63 metros. O adolescente é aluno do Projeto Treinamento Paralímpico há um ano, e esta foi a primeira vez que participou do torneio nacional.
Já Mayara Santos Araújo é ex-aluna do projeto, onde treinou atletismo por cinco anos. Além do ouro na corrida 1.500 metros, com tempo recorde de 06:42.30, a atleta garantiu também a medalha de prata na prova dos 800 metros. A jovem de 17 anos coleciona também em seu currículo os títulos de campeã brasileira na corrida 1.500 e 400 metros em 2021, além do bronze nos 1.500 metros no ano passado.
O treinador e coordenador do projeto paraolímpico, Marcelo de Azevedo Coutinho, comemorou os resultados obtidos e defendeu a importância do trabalho: “Todo mundo tem um potencial a ser descoberto e, por meio do projeto, conseguimos mostrar para as nossas crianças e adolescentes com deficiência que eles também possuem capacidade e habilidades. Somos um celeiro de grandes talentos: Vila Velha já chegou a trazer 60% das medalhas do Estado no esporte paraolímpico”, afirmou.
“Mas, para além desses números, precisamos lembrar da diferença que esse projeto faz na vida dos jovens, elevando a autoestima e ampliando as possibilidades e a perspectiva de vida. É uma iniciativa que efetivamente transforma a vida deles, fazendo com que se transformem em seres cada vez mais autônomos”, completou o coordenador.