Saúde

Alerta nos Olhos: Lesão após extensão de cílios

Romana Novaes é diagnosticada com ceratite química após extensão de cílios: oftalmologista alerta para os riscos do procedimento

A médica Romana Novaes, esposa do DJ Alok, utilizou suas redes sociais nesta semana para compartilhar um relato preocupante que reacende o alerta sobre os riscos de procedimentos estéticos nos olhos. Após se submeter a um lash lifting — técnica que promete curvar e realçar os cílios naturais — Romana acordou sem conseguir enxergar e sentindo fortes dores oculares. O diagnóstico foi ceratite química, uma inflamação da córnea causada pela exposição a substâncias químicas.

Em entrevista, a oftalmologista Marília Vilas Boas, do Hospital de Olhos Vitória, esclarece que a ceratite química ocorre quando produtos agressivos entram em contato com a córnea, levando à inflamação e, em casos mais graves, a lesões permanentes. “Substâncias químicas e materiais sintéticos usados nesses procedimentos podem causar desde uma simples irritação até quadros mais sérios, como infecções e danos irreversíveis à visão”, afirma a especialista.

Segundo a médica, uma das complicações mais frequentes envolvendo alongamentos de cílios é a blefarite — inflamação das pálpebras causada pelo acúmulo de resíduos e bactérias entre os cílios. “Os cílios artificiais interferem na função protetora dos fios naturais, favorecendo o surgimento de inflamações. A blefarite pode ser infecciosa ou alérgica, com sintomas como coceira, vermelhidão, inchaço e ardência”, explica.

No caso de Romana, os componentes da cola usada durante o procedimento entraram em contato direto com a córnea, provocando a inflamação. “Os principais sintomas da ceratite química incluem dor intensa, irritação, inchaço, visão turva e, em alguns casos, até cegueira temporária”, relata a doutora Marília.

Além da ceratite, outro risco comum dos procedimentos de extensão de cílios é o dano aos fios naturais. A aplicação e remoção inadequadas podem causar a queda dos cílios e, eventualmente, a perda definitiva. A má higienização dos instrumentos e produtos utilizados também aumenta o risco de contaminações por fungos e bactérias, podendo desencadear infecções oculares severas.

A oftalmologista faz um alerta importante: a vaidade não pode sobrepor os cuidados com a saúde ocular. “É essencial ter cautela. Esse é um procedimento com potencial para causar danos sérios à visão. Pessoas com olhos sensíveis, alergias ou doenças oculares pré-existentes devem evitar”, ressalta.

Para quem deseja realizar o procedimento, a orientação é clara: busque um profissional qualificado, exija o uso de materiais esterilizados, e jamais ignore sinais de irritação. “Antes de aplicar qualquer produto, faça um teste alérgico com a cola. E se houver qualquer desconforto após o procedimento, lave os olhos com bastante água e procure atendimento médico imediatamente. Não use colírios por conta própria — só o oftalmologista pode indicar o tratamento correto”, finaliza a especialista.

Leia também