As fortes chuvas e as ondas de calor que atingiram o Espírito Santo no início deste ano afetaram não apenas a rotina de muitos capixabas, mas também impactaram diretamente a produção de bananas no estado. De acordo com Romildo Fardin, fundador da Doces Fardin, uma agroindústria localizada em Vargem Alta, na região sul do Estado, a produção da fruta sofreu uma queda de cerca de 40% nos últimos meses, comprometendo a oferta local.
Com o desafio da escassez de bananas, a Doces Fardin, conhecida pela produção de doces artesanais à base da fruta, teve que se adaptar rapidamente para garantir o abastecimento de sua linha de produtos. A solução encontrada foi a estocagem da polpa da fruta adquirida de 140 famílias de pequenos produtores rurais da região e a compra de bananas de outros estados, como a Bahia e Pernambuco.
“Estamos trabalhando para manter a nossa produção sem comprometer a qualidade dos nossos doces. A estocagem da polpa tem sido uma aliada importante nesse processo, pois conseguimos garantir a produção mesmo com a diminuição da oferta local”, explica Romildo Fardin.
A estratégia de aquisição de bananas de outros estados também foi necessária para equilibrar a demanda e manter o fornecimento de seus produtos. No entanto, o empresário destaca que, além de gerenciar os desafios imediatos da escassez, a empresa tem investido em práticas mais sustentáveis para proteger a produção de bananas a longo prazo.
“Precisamos de ações de manejo e novas tecnologias para proteger o solo e manter a umidade das áreas de cultivo. A sustentabilidade no campo é fundamental não apenas para garantir a produção, mas também para preservar o meio ambiente para as futuras gerações”, afirma Romildo.
A aposta em técnicas de manejo sustentável visa minimizar os impactos de eventos climáticos extremos, que, com as mudanças climáticas, têm se tornado mais frequentes. Fardin lembra que as chuvas intensas, por exemplo, causaram o alagamento de áreas de cultivo, enquanto as ondas de calor comprometem a qualidade da fruta, afetando diretamente a colheita.
Além disso, ele defende que os produtores precisam estar cada vez mais preparados para o futuro, adotando práticas de conservação do solo e utilizando novas tecnologias que ajudem a reduzir os danos causados por fatores climáticos adversos.
No cenário atual, a adaptação e o uso de tecnologias mais eficientes são fundamentais para manter a produção agroindustrial no Estado. Apesar das dificuldades, a Doces Fardin segue firme com sua missão de oferecer produtos de qualidade, enquanto investe em práticas que colaboram para a preservação ambiental e o fortalecimento da economia local.
