Com o objetivo de alertar a população sobre o câncer de pulmão, o mês de agosto é dedicado à campanha Agosto Branco. O Instituto Nacional de Câncer (Inca), vinculado ao Ministério da Saúde, estima que, entre 2023 e 2025, o Brasil registrará aproximadamente 32.560 novos casos anuais de câncer de traqueia, brônquio e pulmão.
A pneumologista e especialista em Medicina do Sono, Jessica Polese, destaca a gravidade da doença. “O câncer de pulmão é uma das formas mais comuns de câncer em todo o mundo e é frequentemente associado ao tabagismo. No entanto, ele também pode afetar pessoas que não são fumantes”, explica. A doença se origina nas células dos pulmões e pode se disseminar para outras partes do corpo, tornando-se potencialmente fatal se não for tratada de forma adequada.
Os sintomas iniciais do câncer de pulmão incluem tosse persistente, escarro com sangue, dores no tórax, rouquidão, perda de peso e apetite. Polese observa que, em fumantes, a tosse pode ocorrer em horários incomuns e ser acompanhada por pneumonia recorrente e fadiga. “É crucial ficar atento a esses sinais, especialmente em pessoas com histórico de tabagismo”, adverte a médica.
Neste ano, a campanha Agosto Branco também enfatiza um novo desafio: o aumento no uso de cigarros eletrônicos. “O Brasil, que já foi um exemplo em políticas antitabagistas, enfrenta agora a popularização dos cigarros eletrônicos, particularmente entre jovens de 18 a 24 anos”, alerta Polese. O uso desses dispositivos é uma preocupação crescente devido aos potenciais riscos à saúde respiratória.
O tratamento do câncer de pulmão varia conforme o estágio da doença e pode incluir quimioterapia, radioterapia e medicações específicas. Polese ressalta que, infelizmente, o câncer de pulmão frequentemente é diagnosticado em estágios avançados. “Por isso, é fundamental a realização de exames de prevenção e o acompanhamento médico regular”, enfatiza.
A campanha Agosto Branco serve como um lembrete para a importância da conscientização e prevenção. A detecção precoce e a mudança de hábitos, como parar de fumar e evitar o uso de produtos relacionados ao tabaco, são essenciais para reduzir o risco e melhorar as chances de tratamento eficaz.