Produtos Capixabas Ganham Mais Valor no Exterior: Exportações do Estado Crescem em Preço, Refletindo um Cenário Favorável
Os produtos capixabas estão ganhando mais valor no mercado internacional, refletindo um aumento no preço das exportações e uma queda no das importações no primeiro mês de 2025. Segundo levantamento realizado pelo Connect Fecomércio-ES, em janeiro, o preço das exportações do Espírito Santo registrou um crescimento de 4,3% em comparação com o mesmo período de 2024. Em contrapartida, o preço das importações caiu 3,7%.
Esse aumento no preço das exportações e a queda nas importações são fatores que influenciam diretamente os termos de troca do estado. Os termos de troca, que representam a relação entre os preços de exportação e importação, registraram um crescimento de 8,4% em janeiro de 2025, o que significa que o Espírito Santo pode adquirir mais produtos estrangeiros por cada unidade de mercadoria exportada. Este cenário reflete um ganho de poder de compra e um fortalecimento econômico do estado, que se posiciona com maior competitividade no mercado internacional.
A coordenadora de pesquisa do Observatório do Comércio, Ana Carolina Júlio, explicou que os termos de troca são impactados por uma série de fatores, como demanda global, custos de produção, taxas de câmbio e acordos de pagamento. Quando os preços dos produtos exportados aumentam em relação aos importados, a relação de troca tende a melhorar, o que é vantajoso para os exportadores capixabas.
Em janeiro, o Espírito Santo movimentou aproximadamente 1,83 bilhão de dólares no comércio exterior, com um leve recuo de 2,5% em relação a dezembro de 2024. O estado exportou cerca de 900 milhões de dólares e importou 930 milhões de dólares. O principal destaque das exportações capixabas foi o minério de ferro e seus concentrados, que alcançaram 223,9 milhões de dólares, representando quase 25% do total exportado. Este produto reafirma a importância estratégica do estado na exportação de recursos minerais, especialmente para países com alta demanda industrial, como a China.
Outro destaque importante foi o café não torrado, que ocupou a segunda posição, somando 173,5 milhões de dólares e representando 19,3% das exportações. Isso evidencia a tradição do Espírito Santo como um dos maiores exportadores de café do Brasil. Produtos semiacabados, lingotes e outras formas primárias de ferro ou aço também tiveram um desempenho expressivo, totalizando 135,4 milhões de dólares, destacando a relevância da indústria metalúrgica capixaba no comércio internacional.
No lado das importações, o Espírito Santo se destacou por adquirir itens de alto valor agregado e de grande importância estratégica para a economia local e nacional. O principal item importado foi aeronaves e outros equipamentos relacionados, somando 136,8 milhões de dólares (14,7% do total). Além disso, o carvão não aglomerado foi o segundo item mais importado, com 134,2 milhões de dólares (14,4%).
Outro dado interessante é o aumento da entrada de veículos elétricos chineses no estado, que se tornou a principal porta de entrada de carros elétricos para o Brasil. Veículos para o transporte de mercadorias e automóveis de passageiros também figuraram entre os principais itens importados.
Ana Carolina Júlio ressaltou a importância estratégica do complexo portuário do Espírito Santo, destacando que o estado segue sendo um dos principais polos de escoamento de produtos essenciais para o comércio exterior brasileiro. Além de minério de ferro e café, o estado importa produtos de alta tecnologia, matérias-primas estratégicas e itens de consumo que são fundamentais para o desenvolvimento industrial no Brasil.
Com a melhora nos termos de troca e um panorama favorável para o setor exportador, o Espírito Santo segue demonstrando um desempenho promissor no cenário do comércio exterior. O estado continua consolidando sua posição como um dos principais atores no comércio internacional, com um portfólio diversificado de produtos e uma infraestrutura portuária que o coloca em destaque no país.