No mês de novembro, comemoramos o Novembro Roxo, uma importante campanha de conscientização sobre a prematuridade infantil, que busca alertar a sociedade sobre os riscos e desafios associados ao nascimento de bebês prematuros, além de promover ações para reduzir essa realidade. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada dez crianças nascem prematuras em todo o mundo, o que representa um problema de saúde pública de grande impacto.
Médicos pediatras, explicam que é a prematuridade, os riscos envolvidos e como as gestantes podem adotar atitudes preventivas para garantir uma gestação saudável e evitar o nascimento prematuro.
A prematuridade é definida como o nascimento de um bebê antes de completar 37 semanas de gestação. O termo engloba diferentes graus de prematuridade, sendo o extremo (menos de 28 semanas) o mais crítico, e o moderado (32 a 37 semanas) menos arriscado, mas ainda assim sujeito a complicações.
De acordo com a OMS, no Brasil, aproximadamente 12% dos nascimentos são prematuros, o que equivale a cerca de 360 mil bebês por ano. Esses números tornam a prematuridade uma das principais causas de morte em crianças com menos de cinco anos, principalmente nas regiões mais pobres, onde as condições de saúde materna e neonatal ainda são desiguais.
Os principais fatores que contribuem para a prematuridade incluem complicações da gestação, como hipertensão materna, pré-eclâmpsia e diabetes gestacional. Esses problemas podem ser diagnosticados e tratados com acompanhamento adequado, o que reduz consideravelmente o risco de parto prematuro.
Além disso, a prematuridade também está relacionada a infecções maternas e a ruptura prematura de membranas. A detecção precoce e o tratamento dessas condições durante o pré-natal são fundamentais para a saúde da gestante e do bebê.
Para o bebê, o risco é ainda mais grave quanto mais precoce for o nascimento. Bebês extremamente prematuros, ou seja, aqueles com menos de 28 semanas, enfrentam altas taxas de mortalidade e, caso sobrevivam, podem desenvolver sequelas como paralisia cerebral, problemas de visão, dificuldades cognitivas e motoras, entre outros.
A prevenção da prematuridade começa muito antes do parto, com a prevenção de complicações gestacionais e a realização de um bom acompanhamento pré-natal. A doutora Iria ressalta que a realização de consultas regulares, exames de rotina e o controle de doenças como diabetes e hipertensão são fundamentais para reduzir os riscos de um parto prematuro.
Exames laboratoriais, como os de sangue e urina, e o monitoramento do crescimento fetal por meio de ultrassonografias também são ferramentas importantes para identificar possíveis problemas e tratá-los a tempo. O acompanhamento rigoroso durante toda a gestação, desde o primeiro mês, é uma das principais recomendações para garantir que a mãe e o bebê tenham a melhor chance possível de uma gestação saudável.
Embora o Brasil tenha avançado em algumas áreas da assistência ao parto prematuro, a qualidade do pré-natal e a disponibilidade de cuidados neonatais ainda precisam ser aprimoradas. A importância de expandir e melhorar a atenção à saúde materno-infantil, especialmente nas regiões mais carentes, para garantir que todas as gestantes tenham acesso a cuidados médicos adequados e possam reduzir os riscos de complicações.
Além disso, a tecnologia tem desempenhado um papel crucial na melhoria dos cuidados aos bebês prematuros. A UTI neonatal tem evoluído consideravelmente, permitindo que bebês com idades gestacionais muito precoces tenham mais chances de sobreviver e crescer sem sequelas.
Novembro, o mês da prematuridade, é uma oportunidade para refletir sobre a importância do pré-natal, do acompanhamento médico e da conscientização sobre os riscos da prematuridade. A campanha visa alertar a sociedade e os profissionais de saúde sobre a importância de ações preventivas, que podem salvar vidas e garantir um futuro mais saudável para as crianças nascidas prematuras.
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) reforça que o nascimento prematuro é uma condição prevenível, e que a colaboração de diferentes áreas da saúde é crucial para reduzir as taxas de prematuridade. O acompanhamento adequado das gestantes, o incentivo à realização de exames e o monitoramento constante durante a gravidez são os principais passos para evitar que o número de bebês prematuros continue a crescer.
A prematuridade é uma das principais preocupações da saúde pública mundial, e o Brasil ocupa uma posição alarmante no ranking de partos prematuros. Com ações preventivas eficazes e o cuidado contínuo durante a gestação, podemos diminuir esses números e oferecer melhores condições para a saúde de mães e bebês. A importância do pré-natal como a melhor ferramenta para evitar complicações e salvar vidas.
Portanto, a mensagem é clara: se você está grávida ou planejando uma gestação, procure acompanhamento médico desde o início da gravidez e siga todas as orientações para garantir a saúde do seu bebê e a sua própria.
Novembro Roxo é o mês de conscientização sobre a prematuridade, mas o cuidado com a saúde materna e infantil deve ser uma prioridade durante todo o ano.