Desde novembro do ano passado, o Espírito Santo passou a contar com uma tecnologia que está revolucionando a segurança pública: o reconhecimento facial. A ferramenta vem sendo usada para identificar e prender pessoas com mandado de prisão em aberto, inclusive foragidos há anos. Até o momento, 250 indivíduos já foram capturados com o auxílio do sistema.
Mesmo que a pessoa altere a aparência — como deixar a barba crescer, usar óculos, mudar o corte de cabelo ou engordar — o sistema consegue reconhecê-la. Isso porque a tecnologia vai além da aparência superficial: ela mede com precisão pontos específicos do rosto, como a distância entre os olhos, do nariz à boca e da boca às orelhas. Esses dados geram um código numérico exclusivo, um “algoritmo facial”, que é comparado com imagens armazenadas em bancos de dados da segurança pública.
Quando há correspondência com um mandado de prisão, a equipe da polícia é acionada. Os agentes fazem a abordagem, solicitam documento de identidade, verificam os dados e, se confirmados, realizam a prisão. A eficiência do sistema ficou evidente na prisão de um homem procurado por homicídio desde 2005, em Alagoas. Ele foi identificado após passar por uma câmera instalada em via pública no Espírito Santo.
Atualmente, o sistema funciona com cerca de 500 câmeras distribuídas em pontos estratégicos, como terminais rodoviários, prédios públicos e dentro de ônibus do transporte coletivo. A maioria dos presos por meio dessa tecnologia respondia por crimes como tráfico de drogas, roubo e homicídio.
A proposta do governo estadual é ampliar a cobertura do sistema, instalando ainda mais câmeras para aumentar a capacidade de rastreamento. A meta é tornar cada vez mais difícil para criminosos circularem sem serem detectados.
O reconhecimento facial já se mostra uma importante ferramenta no combate à criminalidade. Ao integrar inteligência artificial com as bases da segurança pública, o Estado ganha mais agilidade na resposta policial e contribui para reduzir a sensação de impunidade. Em uma era de constantes avanços tecnológicos, a inovação se consolida como aliada fundamental na proteção da sociedade.