No ano de 2023, ao menos oito mulheres foram vítimas de violência doméstica a cada 24 horas. Os dados referem-se a oito dos nove estados monitorados pela Rede de Observatórios da Segurança (BA, CE, MA, PA, PE, PI, RJ, SP), segundo informações da Agência Brasil. No Espírito Santo, o número de agressões a mulheres subiu 7,4% de 2022 para 2023, com registro de 21.941 casos de violência doméstica contra 20.431 casos em 2022.
De acordo com a psicanalista e neurocientista Joseana Sousa, é crucial abordar este tema que permeia a vivência de diversas mulheres atualmente. É uma realidade difícil de enfrentar, mas é minha missão ajudar as mulheres a compreenderem que não precisam e não devem aceitar tal situação.
“A violência doméstica é uma sombra que paira sobre muitos lares, muitas vezes escondida atrás da porta e de sorrisos forçados. É um ciclo de abuso físico, emocional e psicológico que acaba com a autoestima e a saúde mental das vítimas. Uma situação inaceitável quando paramos para pensar que vivemos no século 21 e que já temos tantos avanços conquistados no âmbito feminino”, pontua Joseana.
Entretanto, para a mulher que vive esta situação, reconheço que é difícil se desvencilhar dela, a jornada pode ser complexa, porém estamos aqui para oferecer apoio, orientação e acima de tudo, esperança, que é possível, sim, sair dessa amarra”, diz.
Para Joseana, quem passa por isso e consegue se livrar precisa de um apoio para começar de novo, seguir em frente, família, amigos, uma rede de apoio que ofereça além de tudo força e segurança para o caminho pela frente. Já para quem nem tenha tido este infortúnio, é preciso incentivar a nunca nem cogitar passar pelo constrangimento. “Temos que ter o reconhecimento de que merecemos mais. Sermos tratadas com respeito, compaixão, gentileza, viver sem medo, sem ansiedade, ser livres para ser quem somos, sem sermos diminuídas ou controladas por outra pessoa”, destaca.