Ancestralidade, Território, Arte Contemporânea e Arquitetura são Temas do Programa Público Desenvolvido pelo Museu Vale em Fevereiro
O Museu Vale convida o público a participar de uma maratona cultural em fevereiro, com uma série de rodas de conversa que exploram temas como ancestralidade, território, arte contemporânea e arquitetura. As atividades fazem parte da programação do Programa Público, uma iniciativa complementar à exposição Transitar o Tempo, em cartaz na Casa Porto das Artes Plásticas, no Centro de Vitória. Com entrada gratuita, a exposição, que segue até 30 de março, reúne obras de 30 artistas capixabas, trazendo à tona a complexidade do tempo e da arte em constante transformação.
Claudia Afonso, diretora do Museu Vale, destaca a importância do Programa Público: “É a materialização do compromisso do Museu Vale com a comunidade. Transformamos nosso espaço expositivo em um lugar de reflexão e construção de novas perspectivas. Através dessa iniciativa, proporcionamos aos visitantes a oportunidade de interagir diretamente com os pesquisadores e artistas que contribuíram para o aprofundamento da temática da exposição.”
As rodas de conversa serão realizadas nos dias 8, 14 e 15 de fevereiro, sempre às 10h, e são abertas ao público, com inscrições gratuitas pelo site do museu (museuvale.org).
No dia 8 de fevereiro, a arte-educadora Tatiana Rosa coordena a primeira roda de conversa com os artistas Rubiane Maia (on-line), Charlene Bicalho (on-line), Luciano Feijão e Fredone Fone. A discussão será sobre a relação entre o tempo e a responsabilidade no corpo, no território e na prática artística, abordando questões de identidade e pertencimento no contexto capixaba.
Em 14 de fevereiro, o historiador Marcus Vinicius Sant’Ana, Mestre em Estudos Urbanos e Regionais, apresentará a palestra A História da População Negra de Vitória. O encontro irá explorar a trajetória das sociedades africanas escravizadas no Espírito Santo, com foco nas estratégias de sobrevivência e nas culturas que se desenvolveram, apesar da precarização e imposição da subalternidade.
Por fim, no dia 15 de fevereiro, a arquiteta Gabriela Leandro Pereira, professora na Faculdade de Arquitetura da UFBA, conduzirá a conversa Chamamento: uma conversa sobre conchas, heranças, cidades e legado. O evento pretende reunir descendentes e herdeiros dos trabalhadores que ajudaram a construir a cidade, além de estudantes, pesquisadores, artistas e arquitetos, para compartilhar histórias e memórias sobre o legado construído no território capixaba.
Com curadoria de Nicolas Soares e Clara Pignaton, a exposição Transitar o Tempo propõe uma reflexão sobre a trajetória e as práticas de artistas capixabas, desde jovens até veteranos, revelando como o tempo e as gerações se entrelaçam na arte contemporânea. Para o curador Nicolas Soares, a exposição oferece uma oportunidade única de pensar sobre o tempo de outras formas, considerando as culturas, saberes e fazeres que se reconfiguram constantemente.
“A curadoria propõe um espaço de fricção, no qual as narrativas e as poéticas se confrontam. Artistas de diferentes áreas, como as artes visuais, dança e música, participam dessa reflexão. A exposição abre novos caminhos para a cultura capixaba, sem se limitar às categorias tradicionais”, afirma Soares.
Entre os artistas que participam da mostra estão Antonio Rosa, Bárbara Carnielli, Bruno Cabuz, Bruno Zorzal, Charlene Bicalho, Dilma Góes, Fredone Fone, Geovanni Lima, Gessé Paixão, Kika Carvalho, Liliana Sanches, Luciano Feijão, Matheusa, Meuri Ribeiro, Natan Dias, Natanael Souza, Renato Ren, Reuto, Ronaldo Mateus Lima, Rubiane Maia, Yurie Pam, entre outros.
A exposição e o programa de rodas de conversa são uma verdadeira imersão na arte, cultura e história do Espírito Santo, proporcionando ao público uma experiência única de troca e aprendizado. Não perca essa oportunidade de refletir sobre os desafios e as riquezas do nosso tempo, território e identidade.
Crédito imagens: Claraboia Imagem