Setembro é o mês de conscientização e incentivo à doação de órgãos, conhecido como Setembro Verde. Este ano, com a campanha “Doe Órgãos: Uma Atitude Muda Tudo”, a Secretaria da Saúde (Sesa) busca promover, ao longo do mês, debates cruciais sobre a importância de declarar a vontade de ser doador à família. Essa simples conversa pode transformar vidas e salvar muitas pessoas que aguardam por um transplante.
No Brasil, a doação de órgãos só é possível com a autorização familiar, o que torna essencial discutir abertamente o desejo de ser doador com os entes queridos. Maria Machado, coordenadora da Central Estadual de Transplantes do Espírito Santo (CET-ES), enfatiza a importância desse diálogo. “A informação e o diálogo sobre o desejo de doar são fundamentais para que a família possa atender a essa vontade em um momento difícil”, explica.
Machado ressalta que o objetivo da campanha é desmistificar a doação de órgãos e ampliar a conscientização sobre o tema. “Durante este mês, vamos focar em esclarecer o assunto e derrubar tabus que muitas vezes limitam as famílias no momento da perda de um ente querido”, afirma. O diálogo aberto e a informação são vistos como ferramentas cruciais para superar barreiras culturais e emocionais que podem impedir a doação de órgãos.
A Lei Estadual 10.374/2015 institui setembro como o “Mês de Conscientização Sobre a Doação de Órgãos – Setembro Verde” no Espírito Santo. O dia 27 de setembro é celebrado como o “Dia Nacional da Doação de Órgãos”. A escolha da cor verde simboliza saúde, esperança, renovação e vida. Para mais informações, acesse https://saude.es.gov.br/transplantes.
Ao longo de setembro, a Sesa intensificará a capacitação de profissionais e promoverá a conscientização da comunidade. A programação completa do “Setembro Verde” pode ser consultada aqui.
No Espírito Santo, são realizados transplantes de coração, fígado, rim, córnea/esclera, medula óssea autólogo e medula óssea aparentado e não aparentado. De janeiro a julho de 2024, foram realizados 332 transplantes de órgãos sólidos, tecidos e medula. Nesse período, 104 entrevistas familiares para doação foram realizadas, com uma taxa de aceitação de 53% e uma taxa de recusa de 38%.
Em 2023, o Estado realizou 474 transplantes e teve 162 entrevistas familiares, com 45% de aceitação e 42% de recusa. As entrevistas são conduzidas após a confirmação de morte encefálica do potencial doador, com acolhimento familiar realizado pelas Comissões Intra-Hospitalar para Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT).
Atualmente, 2.500 capixabas estão na lista de espera por um órgão, sendo 1.176 para rim, 1.279 para córnea, 43 para fígado e dois para coração.
Os hospitais estaduais também estarão engajados na campanha. No Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves, na Serra, ocorrerão palestras e o II Simpósio de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes nos dias 9 e 11 de setembro, em parceria com o Centro de Ensino, Pesquisa e Inovação (CEPI).
No Hospital Estadual Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves (Himaba), em Vila Velha, a CIHDOTT promoverá educação em saúde e uma palestra no dia 9 de setembro, além de reuniões semanais de acolhimento às famílias na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP), abordando a doação de órgãos e esclarecendo dúvidas.