Economia

Quem é Cris Samorini, diretora financeira da CNI e presidente da Findes?

A empresária capixaba se dedica, há mais de duas décadas, ao associativismo, e assumiu a presidência da Federação das Indústrias do ES em 2020

Cristhine Samorini, ou Cris Samorini como gosta de ser chamada, é uma empresária capixaba do ramo da indústria gráfica e há mais de duas décadas se dedica ao associativismo. Atualmente, é presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) – gestão (2020-2024) -, sendo a primeira mulher a ocupar o cargo em 65 anos de história da instituição.

A industrial assume, nesta terça-feira (31/10), o cargo de 1ª diretora Financeira da gestão 2023-2027 da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que terá como presidente o empresário Ricardo Alban, atual presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb).

Natural de Vitória, capital do Espírito Santo, Cris nasceu em 6 de outubro de 1978. A industrial é graduada em Administração de Empresas, com MBA em Gestão de Negócios pela Fundação Dom Cabral e em Marketing pela FGV. É diretora comercial da Grafitusa, primeira indústria gráfica do Espírito Santo, que completou 100 anos em 2020. Atualmente, a empresa está sediada em Civit, no município da Serra/ES.

Cris Samorini atua hoje como presidente da Findes e do Conselho de Administração da entidade. A Federação capixaba é uma organização fundada em 1958 e possui seis entidades – Findes, Centro da Indústria do Espírito Santo (Cindes), Serviço Social da Indústria (Sesi ES), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai ES), Instituto Euvaldo Lodi (IEL-ES) e Observatório da Indústria da Findes. Todas trabalham de forma integrada para o desenvolvimento da indústria capixaba.

No setor gráfico, a industrial está à frente do Sindicato das Indústrias Gráficas do Estado do Espírito Santo (Siges) e é vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf Nacional).

 

Nesta minientrevista, Cris Samorini destaca como começou na indústria e no associativismo e também conta os planos à frente da Diretoria Financeira da CNI. Confira!

Como começou sua carreira no setor industrial?

Eu comecei bem nova na Grafitusa. Desde o início, busquei entender todas as atividades da empresa e passei por várias etapas do processo industrial. Morei um período fora, em Belo Horizonte (MG), onde também trabalhei numa indústria gráfica. Depois, voltei para o ES e fiz várias capacitações, inclusive no Senai, que faz uma excelente qualificação no setor e contribui demais para a formação profissional. Fui me aprimorando, principalmente na parte técnica, porque sempre gostei muito do processo industrial da indústria gráfica.  

Quando você iniciou sua trajetória no associativismo?

Ao longo da minha trajetória profissional também sempre me dediquei ao ambiente sindical. Fiz isso porque eu sempre gostei dessa coletividade, tanto é que já são mais de 20 anos participando do associativismo, 24 anos para ser mais exata. 

Desde muito jovem, participo desse ambiente com muita intensidade e sempre buscando pela interlocução e pela construção coletiva para avançarmos enquanto empresas, indústria, Estado e país. Atualmente, como presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) – que assumi em julho de 2020 – esse propósito se faz ainda mais presente no meu dia a dia e nos meus projetos. E, cada vez, mais valorizo o diálogo e a construção coletiva.  

Agora você tem um novo desafio à frente da Diretoria Financeira da CNI. Qual a importância de fazer parte dessa nova gestão da Confederação?

Primeiramente, preciso dizer que participar da CNI, a maior representação da Indústria Brasileira, é um enorme orgulho. Chegar à Diretoria da CNI realmente me coloca com uma responsabilidade ainda maior. A Indústria é o setor em que acredito e ao qual tenho me dedicado ao longo das duas últimas décadas. 

Hoje, a CNI é fundamental para o setor e o país superarem os principais desafios e temas que impactam definitivamente o desenvolvimento e o futuro do Brasil. Chegar a esse espaço, é resultado de um trabalho muito sério e respeitado que temos feito na Federação da Indústrias do Espírito Santo. 

No Espírito Santo, como presidente da Findes, você vem exercendo um papel importante para o desenvolvimento capixaba. Como as boas experiências do Estado podem ser levadas para todo o Brasil?

Temos no Espírito Santo ótimos exemplos para levar ao cenário nacional. O Estado é o quarto estado mais industrializado do país e, nos próximos quatro anos, a indústria fará quase R$ 22 bilhões em investimentos em solo capixaba. 

Temos inovação, produtividade, descarbonização e educação como alguns dos principais desafios do Estado, mas também vemos neles grandes oportunidades. 

Estar na diretoria executiva proporciona participar das principais decisões, muitas das vezes antecipadamente, e de forma muito estratégica. Acredito que vamos poder colocar o Espírito Santo como um importante ator e contribuir em todas as ações da CNI. Vamos mostrar ainda mais o quanto o nosso Estado pode ser relevante para fazer um trabalho transformador para o Brasil. Meu objetivo na CNI é criar oportunidades de desenvolver o Espírito Santo e o Brasil.

Além de você, tem outro capixaba na CNI: Léo de Castro, que é presidente emérito da Findes.

O Léo tem uma visão, além disruptiva, ampla, das demandas da indústria, pois tem liderado um dos principais conselhos temáticos da CNI que é de política industrial, o Copin.

Ele vai contribuir ainda mais para destravarmos algumas questões que são desafios para o Espírito Santo e para o Brasil. Além disso, Léo sempre foi um defensor da inovação, do bom ambiente de negócios e da infraestrutura, pautas fundamentais para o desenvolvimento socioeconômico do país.

E como é a sua relação com o novo presidente da CNI, Ricardo Alban?

Preciso destacar o trabalho que o presidente Alban tem realizado. Ele veio conquistando o espaço pelo diálogo e dedicação que tem sido ao escutar os industriais, além de ter tido resultados exemplares pela atuação da Fieb, Sesi BA e, em especial, pelo Senai Cimatec. Ele conhece as principais temáticas que temos debatido, e tem demonstrado que valoriza a opinião e todos. 

O diálogo e a escuta ativa são pontos que defendo muito. Eles são fundamentais. A diversidade de perspectivas e experiências trazidas pelas pessoas enriquece o debate e gera soluções mais criativas e inclusivas, por isso elas são tão importantes.

 

 

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