Confusões familiares são destaque em versão capixaba da obra de Martins Pena
“Quem casa quer casa”, releitura de Abel Santana, estreia no dia 16 de setembro, em Vitória. Peça conta com 16 atores no elenco
“Quem casa quer casa” é o nome da nova montagem de Abel Santana, que será apresentada nos dias 16 e 17 de setembro, em Vitória. A peça, com 16 atores em cena, é uma divertida releitura da obra do dramaturgo Martins Pena, de 1845.
O texto de Abel Santana aborda, de forma sutil e extremamente divertida, as controvérsias e confusões de uma família: Fabiana, dona da casa, anda com os nervos à flor da pele pois seu filho Sabino casa-se e, sem condições de manter seu próprio lar, leva a esposa, Paulina, uma mulher birrenta e dominadora para dentro da casa da mãe. O irmão de Paulina, Eduardo, tinha como hábito visitar a irmã e acabou se apaixonando e se casando com Olaia, filha de Dona Fabiana. Destaca-se ainda o avarento Nicolau, pai de Sabino e Olaia, um homem que só tem tempo para cuidar das coisas da igreja e que encontra na carolice uma forma de fugir das responsabilidades familiares. A confusão está armada!
“Através do enredo de “Quem casa quer casa” Martins Pena denuncia a sociedade da época e mostra a sua visão da instituição família, que na maioria das vezes, é sempre tão conturbada”, explica Abel Santana, que criou novos personagens, tornando a história mais divertida e inusitada. Segundo Abel, o texto deixa ainda a lição de que é preciso muita maturidade e experiência para se constituir uma família e que, uma vez constituída, que cada um saiba assumir as suas responsabilidades no cerne da mesma. “É uma comédia que brinca com um tema tão popular. Mas, na verdade, nos leva a pensar que amor é fundamental para um relacionamento saudável e que cada um tenha seu espaço e sua privacidade preservada”.
Abel Santana explica que viu na remontagem da peça uma oportunidade de colocar em cena um dos excelentes textos de Martins Pena, considerado um dos maiores dramaturgos brasileiros e um precursor do teatro brasileiro.
A oportunidade de inserir contextos da atualidade também motivou o diretor a optar pelo texto de Martins Pena. “Atualmente temos visto vários jovens não se casando, porém, usando a casa dos pais como base para se verem e se relacionarem. Isso tem levado várias famílias a entrar em atrito e relacionamentos a momentos caóticos”.
A versão capixaba de “Quem casa quer casa” tem figurinos assinados por Sara e Angela Mendes; essa última assina ainda o cenário da peça, ao lado de Grasie Fink. “É grande a expectativa pela estreia. Estamos há tempos trabalhando nessa montagem, dedicação total e queremos muito ver o teatro cheio, a reação da plateia. É uma adrenalina muito boa”, afirma Abel Santana.