A frase de impacto do professor e cientista Silvio Meira resumiu o espírito do Encontro IBEF-ES, que reuniu executivos e lideranças para debater os grandes desafios e oportunidades que moldam o presente e o futuro dos negócios. O evento foi marcado por reflexões sobre inovação, qualificação de mão de obra e o papel das empresas diante de um cenário em constante transformação.
A abertura foi feita pelo presidente Alecsandro, que deu as boas-vindas aos participantes destacando uma conquista histórica: a cadeira do IBEF-ES no conselho do ES500. O Instituto alcançou a posição em primeiro lugar no processo de seleção, reforçando seu papel estratégico no desenvolvimento econômico e empresarial do Espírito Santo.
Na sequência, Roberta Kato apresentou a carta construída no último CEO Meeting, que apontou um cenário desafiador: a polarização de habilidades, a falta de capacitação técnica e digital e o risco de um verdadeiro apagão de talentos caso nenhuma ação seja tomada. A proposta é clara — investir na qualificação da mão de obra, entender as necessidades das empresas e da sociedade para então promover mudanças estruturais. Roberta destacou que o Espírito Santo tem grandes oportunidades, mas também enfrenta grandes desafios, e que a preparação das lideranças é essencial para o futuro.
O primeiro painel, mediado por Roberta Kato, trouxe o tema “Capital humano e finanças: preparando líderes para cenários imprevisíveis”. Rodrigo Ruggiero, da Vale, alertou para a necessidade de acertar a base da educação, defendendo escolas em tempo integral e o aumento do número de cursos técnicos como medidas fundamentais diante da escassez de mão de obra. Camilla Cinquetti destacou que trabalhar com propósito, receber um bom salário, ter sentimento de pertencimento e flexibilidade são fatores decisivos para a retenção de talentos. Para ela, empresas precisam investir mais em capacitação e líderes devem buscar imersões com suas equipes para se manterem à frente. Já Rodrigo Morais, da Falconi, lembrou que universalizar informações é determinante para engajar pessoas e transformar realidades dentro das organizações.
Parceira do evento, a SAP trouxe um pitch prático apresentado por Junior Freitas. Ele mostrou como a suíte de soluções da empresa pode colocar inteligência artificial, dados e aplicações para trabalhar de forma integrada, apresentando exemplos de como aplicar a IA no dia a dia das organizações.
A palestra magna de Silvio Meira foi um dos pontos altos do encontro. Ele destacou que a inteligência artificial não está separada de tudo o que já conhecemos e reforçou que os próximos cinco anos trarão transformações profundas para as quais talvez ainda não estejamos preparados. Para ilustrar, falou sobre os “cisnes vermelhos”, eventos disruptivos que causam rupturas irreversíveis nos modelos de negócios, como foi o caso da internet e da chegada do Uber. Silvio lembrou que a inovação acontece em três escalas — adaptação, evolução e ruptura — e reforçou que, no final, tudo é sobre pessoas.
O segundo painel foi mediado por Francis Ferrari, diretora executiva do IBEF-ES, com o tema “Estratégia e valor em um mundo em transformação: do insight à execução”. Daniel Cabrera, da SAP, ressaltou que empresas em crescimento estão quebrando paradigmas, sempre pautadas por propósito claro, cultura forte e parcerias estratégicas. Nailson Dalla, diretor executivo do Sicoob-ES, apresentou o cooperativismo como exemplo de ecossistema que coloca em prática a empatia e defendeu que as tecnologias vão transformar completamente a forma como vivemos e nos relacionamos com os negócios.
Silvio Meira voltou ao palco para encerrar as discussões, destacando que a curva da transformação une passado, presente e futuro, e aconselhando as empresas a cuidarem de suas pessoas, aproveitando as oportunidades de reaprender e de explorar o poder da criatividade.