Cuidados especiais devem ser tomados para enfrentar as altas temperaturas, principalmente por crianças, idosos e pessoas que já possuem alguma doença diagnosticada, como hipertensão arterial
Uma nova onda de calor está prevista para chegar a várias cidades brasileiras nos próximos dias. Segundo as previsões de meteorologia, as temperaturas devem ultrapassar os 34º C, com a sensação térmica sendo ainda mais intensa devido à umidade do ar. Esse quadro pode causar uma série de mal-estar físico em grande parte da população, especialmente em quem não toma os cuidados necessários para enfrentar o calor.
O corpo humano recorre à transpiração para dissipar o calor e regular a temperatura, mas esse processo pode ter um impacto negativo quando realizado de forma excessiva. “Nos dias mais quentes, o organismo perde mais líquido para controlar sua temperatura, e isso pode gerar desidratação, fadiga, palpitação e oscilações na pressão arterial”, alerta o cardiologista Dr. Jorge Koroishi, do Hcor (Hospital do Coração).
A situação pode ser ainda mais crítica para pessoas com condições de saúde pré-existentes, como hipertensão arterial ou insuficiência cardíaca, já que o calor excessivo sobrecarrega o sistema cardiovascular. Para essas pessoas, é fundamental manter a hidratação adequada, mas com cuidado na escolha dos líquidos consumidos.
Não basta simplesmente beber líquidos, é importante escolher os mais apropriados para repor a água perdida. O Dr. Koroishi sugere a ingestão de água mineral, água de coco e sucos naturais, mas alerta para o consumo moderado, uma vez que bebidas alcoólicas e com cafeína podem agravar a desidratação. Além disso, manter uma alimentação equilibrada, com frutas, legumes e verduras, também pode ajudar a reduzir o impacto do calor no organismo.
Mas como amenizar o calor do corpo e do ambiente em dias tão quentes? Além da hidratação e de uma alimentação saudável, é importante usar roupas leves, de tecidos naturais, que permitem a respiração da pele. Outra dica é manter ventiladores em locais estratégicos, utilizar climatizadores de ambiente e promover a circulação de ar nas residências.
O cardiologista também sugere que, embora o consumo de água seja essencial, não existe uma quantidade fixa para todas as pessoas. A ingestão de líquidos deve ser adaptada ao nível de atividade física e à quantidade de suor que cada indivíduo perde ao longo do dia. Em termos gerais, a recomendação é repor a quantidade de líquido perdida para evitar o estresse térmico.
Em relação a atividades físicas, o Dr. Koroishi recomenda evitar exercícios ao ar livre em horários de pico de calor, entre 10h e 16h. “Esse é o período em que a radiação solar é mais intensa, e a exposição pode ser prejudicial à saúde. Além disso, o uso de filtro solar é essencial para proteger a pele contra os raios UV”, diz o especialista.
Em caso de sintomas como cansaço excessivo, palidez, tontura, dor de cabeça, apatia ou palpitações, é essencial buscar ajuda médica. A desidratação severa pode causar complicações graves, como desmaios e até problemas cardíacos.
No entanto, para que a saúde se mantenha preservada durante uma onda de calor, a chave é o equilíbrio. Manter-se hidratado, evitar os excessos, buscar ambientes frescos e descansar são atitudes simples que podem fazer toda a diferença para quem quer enfrentar as altas temperaturas de forma saudável.
“Se os sintomas persistirem ou piorarem, consulte imediatamente um médico”, alerta o Dr. Koroishi, destacando a importância de se adaptar aos cuidados necessários para preservar o bem-estar durante este período quente.