Saúde

Nova diretriz nacional orienta diagnóstico e tratamento do autismo 

Mais recente documento da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil traz diretrizes atualizadas para o diagnóstico e tratamento de autismo, cuidado multidisciplinar e um alerta contra terapias sem comprovação científica

A Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil (SBNI) publicou um novo documento que atualiza as recomendações para o diagnóstico e tratamento do Espectro Autista (TEA) no Brasil. Elaborado por especialistas do Departamento Científico de Transtornos do Neurodesenvolvimento, o material reúne diretrizes práticas para profissionais da saúde que atuam com crianças e adolescentes autistas.

O documento reforça que o diagnóstico do autismo é essencialmente clínico, baseado em observação, entrevista com os responsáveis e critérios do DMS-5. Fatores como vulnerabilidade social e uso excessivo de telas podem simular sintomas do transtorno, exigindo atenção redobrada dos profissionais.

Neuropsicopedagoga Pollyana Fiorotti Crédito Foto Hayor Branding e Comunicação

A neuropsicopedagoga Pollyana Fiorotti destaca as características frequentemente presentes em crianças com autismo. “Dificuldade para interação social, pouco contato visual, dificuldade de entender ironias ou piadas, apego incomum a objeto e dificuldade com transições são sintomas muito comuns em autistas e servem de alerta para familiares e educadores”, afirma a especialista.

O material da SBNI ainda traz orientações para o tratamento do autismo como abordagem terapêutica com destaque para a Análise do Comportamento Aplicada (ABA) e modelos naturalísticos. Além disso vinte e oito práticas baseada em evidências como Terapia cognitivo-comportamental, treino de habilidades sociais, modelagem, frequência e carga horária, e demais possibilidades.

Por fim, o protocolo alerta para a ausência de evidências científicas confiáveis em práticas como intervenções biológicas (células-tronco, ozonioterapia, quelantes, psicanálise e son-rise, uso de canabidiol, ácido fólico. Técnicas como estimulação craniana não invasiva, Floortime e equoterapia são mencionadas como promissoras, mas ainda carecem de evidências robustas para recomendação ampla.

Médica neurocirurgiã pediátrica e pós graduada em psiquiatria infantil, Larissa de Sousa Crédito Foto Hayor Branding e Comunicação

“A nova diretriz da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil representa um avanço na padronização das condutas clínicas, reforça a importância do diagnóstico correto, e principalmente, é uma ferramenta eficaz de combate a desinformação sobre as terapias sem evidência científica, que são um perigo real a saúde de nossas crianças e adolescentes”, disse Larissa de Sousa, médica neurocirurgiã pediátrica e pós graduada em psiquiatria infantil.

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