Política

Março Roxo: campanha conscientiza sobre a epilepsia no Espírito Santo

Câmara Municipal de Vitória aprova projeto de lei em prol da Epilepsia e embaixadora da Associação Brasileira de Epilepsia (ABE) no Estado destaca que ao longo do mês serão realizadas diversas ações de conscientização, de seminários a iluminação roxa em monumentos capixabas, caminhada pelas ruas e muito mais!

 

Em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que 5 milhões de pessoas sejam diagnosticadas com epilepsia a cada ano. No Brasil, o Ministério da Saúde identifica cerca de 2% da população acometida pelo problema, representando aproximadamente 2 milhões de brasileiros. Doença neurológica caracterizada por convulsões recorrentes – breves episódios de movimentos involuntários que podem ser parciais ou generalizados -, pode promover ainda a perda de consciência e de controle da função intestinal ou da bexiga de quem convive com o problema.

Como forma de conscientizar sobre a doença, Março é considerado o mês roxo, no qual as pessoas do mundo inteiro acompanham informações e movimentações a fim de promover e estimular a luta pelos direitos à inclusão social, profissional e econômica das pessoas com epilepsia.

No Espírito Santo, a arquiteta Jacque Barros é a embaixadora da Associação Brasileira de Epilepsia (ABE) no Espírito Santo e é quem está à frente da campanha não só durante o mês de março, como também durante todo o ano. A identificação com a causa aconteceu quando, aos 17 anos, sua filha Sofia foi diagnosticada com a doença, hoje com 24 anos, que ao contrário do que muitos pensam, não é rara. “Ela atinge mais pessoas do que a soma de indivíduos que possuem transtorno do espectro autista, paralisia cerebral, esclerose múltipla e Parkinson”, pontua.

Câmara aprova Projeto de Lei

Na última quarta-feira, 28 de fevereiro, a Câmara Municipal de Vitória aprovou por unanimidade o Projeto de lei 102/2023, cujo autor é o Vereador Leandro Piquet. A Lei dará um olhar das políticas públicas municipal pela causa da epilepsia. Além disso, instituiu o dia 26 de março como o Dia da Conscientização da Epilepsia no ES.

“Isso é apenas o início de um trabalho enorme a ser feito ainda, e com esse suporte que acabamos de ter, eu não tenho dúvidas de que vamos conseguir subir de grau a de grau e conquistar todos os direitos que a pessoa com epilepsia tem e merece para ter uma vida com autonomia e de qualidade. Educação, tratamento adequado, acessos e principalmente minimizar o preconceito e o estigma que essa doença carrega com si há tantos anos”, afirma emocionada Jacque Barros.

Ações especiais

Complementar a essa conquista, já foi traçada uma programação com várias atividades que serão realizadas no decorrer do mês de março para conscientizar a população.

São elas:

13 de março –  1º Seminário da Epilepsia no Espírito Santo – será realizado na faculdade Multivix Vitória com apoio da Águia Branca, Laboratório tomasi e Alquimia

15 a 31 de março – Iluminação da fachada de instituições apoiadoras do movimento como Tribunal de Justiça de Vitória, Câmara de Vereadores, Findes, PGE, Sindifer, Universidade Vila Velha, UCL, Fucape e Multivix.

24 de março – 9h às 11h – Caminhada pela Epilepsia com saída da Prefeitura de Vitória seguindo até a Assembleia Legislativa.

26 de março – Pessoas do mundo inteiro são convidadas a vestirem uma peça de roupa roxa em referência à campanha.

Haverá ainda a capacitação dos colaboradores das empresas apoiadoras, instituições e escolas públicas acerca do protocolo CALMA. Além de realização de fóruns de debates, Seminários nas Universidades/Faculdades e instituições de ensino público.

Entenda mais o que a Epilepsia:

Como surge a epilepsia?

Não existe pré-condição ou uma origem determinada para desenvolver epilepsia. No entanto, pessoas que sofreram alguma lesão cerebral, como vítimas de Acidente Vascular Cerebral (AVC), ou algum trauma durante o parto estão mais suscetíveis a desenvolverem o distúrbio.

Como identificar?

Especialistas ressaltam que apesar da convulsão ser a manifestação mais conhecida e retratada de crises epiléticas, não é o único fator de alerta da doença. Há crises que apenas alteram a consciência e percepção, podendo ter alterações motoras e sensitivas também, a pessoa fica “fora do ar”. Pode vir a mexer a boca, movimentar involuntariamente os braços e na volta não se lembrar de nada.

O diagnóstico ocorre quando há repetição da crise. Nos casos em que a convulsão dura cinco minutos ou mais, há forte indício de que a doença já esteja em um estágio avançado. É fundamental procurar o neurologista em quaisquer que sejam os casos.

Tem tratamento?

O tratamento tem como base remédios que inibem descargas elétricas involuntárias no cérebro. O Sistema Único de Saúde (SUS), inclusive, disponibiliza todo o tratamento e acompanhamento médico necessário desde o diagnóstico da doença.

Uma das substâncias que está em constante estudo e já revelou eficientes resultados no controle das crises epiléticas é o Canabidiol (CBD), também chamada de Cannabis Medicinal.

Os índices da OMS

Dados da Organização Mundial da Saúde revelam que em países de alta renda, calcula-se que 49 a cada 100 mil pessoas sejam diagnosticadas com epilepsia a cada ano. Em economias de baixa e média rendas, esse número pode chegar a 139 por 100 mil.

A OMS avalia que a maior incidência se deve ao risco de doenças endêmicas, como malária ou neurocisticercose, maior número de lesões causadas pelo trânsito e ao nascimento, além de variações na infraestrutura médica. Cerca de 80% das pessoas com epilepsia vivem em países de baixa e média renda.

Protocolo CALMA: você sabe o que é?

O Protocolo CALMA indica as ações de Primeiros Socorros a serem executadas em casos de crises epiléticas. Cada letra sinaliza uma orientação, sendo elas:

C – Coloque a pessoa de lado com a cabeça elevada (Não tente segurar braços e pernas).

A – Apoie a cabeça da pessoa para protegê-la sobre algo macio (Não tente abrir a boca para colocar objetos ou puxar a língua).

L – Localize objetos que possam machucar a pessoa e afaste-os.

M – Monitore o tempo, se a crise durar mais que 5 minutos ou acontecer logo em seguida da primeira, acione o SAMU no 192.

A – Acompanhe a pessoa até ela acordar. Em caso de ferimentos ou caso seja a primeira crise na vida da pessoa, ligue para a emergência.

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