Expansão do setor foi puxada pela indústria extrativa, que teve alta de 27,5% na comparação com o mesmo período de 2022.
A produção industrial do Espírito Santo cresceu 16,9% em outubro deste ano na comparação com o mesmo mês de 2022, superando a média nacional (1,2%). A indústria extrativa foi o setor que mais contribuiu para o resultado, com uma alta de 27,5%, fruto do desempenho dos segmentos de petróleo e gás e minério de ferro.
A indústria de transformação também apresentou resultado positivo (0,9%), com destaque para fabricação de celulose, papel e produtos de papel, que avançou 54,7%. Os dados foram compilados pelo Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) e fazem parte da pesquisa de Produção Industrial Mensal (PIM-PF) do IBGE, divulgada nesta sexta-feira (08).
A presidente da Findes, Cris Samorini, explicou que os aumentos de 18,5% na produção de petróleo e de 21,2% na de gás natural contribuíram para que o setor extrativo tivesse uma expansão expressiva em outubro. Pelotas de minério de ferro também tiveram acréscimo no mês.
“Neste ano estamos vendo uma recuperação no setor de óleo e gás e de minério de ferro, segmentos que têm importante contribuição para a economia capixaba. E, para 2024, as expectativas seguem otimistas quanto à continuidade dos avanços no setor extrativo, devido ao aumento da capacidade de produção da Samarco assim como a entrada de novos operadores no setor petrolífero no Estado.”
Cris pondera que mesmo diante das boas perspectivas e investimentos previstos para o setor nos próximos anos – cerca de R$ 27 bilhões apenas em projetos do segmento industrial até 2028 -, alguns desafios vão precisar ser enfrentados, como o elevado patamar da taxa Selic, o prolongamento do aperto monetário realizado pelas principais economias globais e as incertezas quanto à política externa da Argentina, importante parceiro comercial do Estado e do país.
Produção do ES é a segunda maior do país no acumulado do ano
Com uma alta de 18,2%, a indústria extrativa também foi responsável pelo bom desempenho da indústria capixaba no acumulado do ano, de janeiro a outubro, que avançou 8,5% no período.
A gerente executiva e economista-chefe do Observatório da Indústria, Marília Silva, pontuou que o crescimento é fruto do aumento de produção da pelotização de minério de ferro e pela extração de petróleo e gás natural.
“A alta na produção de petróleo é explicada pela retomada de operações em importantes áreas produtivas como o Campo Golfinho, após a BW Offshore assumir as operações dos ativos vendidos pela Petrobras; o Campo Abalone, operado pela Shell; e o Campo Jubarte, justificado pelas operações da FPSO Cidade Anchieta, que esteve paralisada por um período em 2022.”
Marília cita ainda que a produção industrial do Espírito Santo se manteve como a segunda maior entre os estados brasileiros pesquisados, atrás apenas do Rio Grande do Norte (13,6%). Ao todo, 10 dos 17 estados pesquisados apresentaram avanços nessa base de comparação.
Desempenho do ES supera o do Brasil
Na comparação entre outubro de 2023 e outubro de 2022, a produção física da indústria brasileira cresceu 1,3%, puxada pelos crescimentos tanto da indústria de transformação (1,3%), quanto da extrativa (0,5%). Já de janeiro a outubro de 2023, a indústria nacional ficou estagnada. Vale destacar que a indústria do Espírito Santo registrou aumento acima da média nacional nas duas bases de comparações.