Economia Geral

Felicidade no trabalho: você atua com o que realmente gosta?

 

Headhunter e CEO da Prime Talent, David Braga convida a uma reflexão sobre o que faz realmente sentido na sua vida profissional

Quando nos damos conta, a semana começou e, num de piscar de olhos, já é sexta-feira novamente, quase sempre com muitas demandas acumuladas e novas coisas surgindo. Lidando com uma enxurrada de informações diárias, e-mails a responder, assuntos a se inteirar, grupos no WhatsApp a administrar, temos de equilibrar todas as demandas da vida pessoal e profissional sem se perder neste emaranhado cotidiano.

Diante de tantos compromissos, e já vivenciando o segundo mês do ano de 2023, parar para refletir sobre as tantas coisas que fazemos das quais não gostamos, é um exercício interessante para não arrastarmos mais um semestre exercendo atividades desconectadas do nosso propósito. O convite a essa reflexão é do headhunter e CEO da Prime Talent, David Braga. “Não é pequena a lista de pessoas que trabalham em empresas que não admiram, estão casadas com cônjuges em quem não confiam, namoram sem amar ou fazem algo sem querer. Evidentemente, não podemos generalizar e, ao mesmo tempo, acreditar que só iremos fazer coisas das quais gostamos ao longo da nossa vida. A mescla é o que nos faz ser quem somos. Mas, daí a fazer muitas coisas de que não gostamos, simplesmente porque temos que fazer, tornará a vida menos leve e acabamos por construir brechas para adoecermos mentalmente”, filosofa Braga.

Segundo ele, já que a vida é feita de ciclos, é preciso tentar ao máximo fazer aquilo que brilha nossos olhos. À partir de sua experiência em entrevistar profissionais para cargos de alta gestão, David comenta que a falta de tempo tem sido mencionada cada vez mais. “A meu ver, esse aspecto que as pessoas mencionam sobre não terem tempo para fazer coisas de que gostam está quase sempre associado a alguém com baixo nível de organização e priorização daquilo que é realmente importante”, pontua.

Nesse caso, uma sugestão do headhunter é que a pessoa invista no autoconhecimento, para que possa se conhecer quanto às suas competências, habilidades, o que a faz feliz ou mesmo aquilo que a deixa triste ou irritada. “Iniciar uma busca pelo autoconhecimento, por terapias tradicionais ou um processo de coaching, é um passo interessante para analisar aspectos de sua vida que podem não estar lhe agradando. Assuma o seu protagonismo e dê o direcionamento que quer dar: seja iniciar novos caminhos ou findar aquilo que já não vale mais a pena. A felicidade é um tema que cada vez mais tem sido inserido e discutido dentro das organizações, sendo um foco não apenas da alta liderança, mas também das áreas de recursos humanos, pois é um sentimento que atrai, une pessoas e deixa a vida mais leve, não é verdade? Mas e você, se considera uma pessoa feliz e realizada com suas escolhas?”, indaga.

O tema da felicidade no ambiente profissional, segundo Braga, tem ganhado relevância cada vez maior dentro das empresas e se tornado fórum para discussões em comitês estratégicos, pois afeta diretamente o clima organizacional, além da retenção dos melhores talentos. Está também atrelado ao resultado da corporação e ao seu faturamento.

Buscar entender se você é feliz com o que faz é essencial para tornar seu dia mais leve e com significados relevantes para nós, seres humanos – se sentir útil, sentir que desenvolve atividades relevantes para uma cadeia que envolve outras pessoas e propósitos. Afinal de contas, permanecer em um ambiente por, pelo menos, oito horas diárias, que não ofereça qualquer prazer, é um tanto quanto complexo.

“Para mim, é possível, sim, ter entusiasmo e alegria no que se faz, mas é preciso entender que felicidade não é trabalhar pouco. Ela envolve ser desafiado, enfrentar problemas e se expor a diversas situações que trarão maturidade emocional e profissional, fazendo de você alguém melhor. Percebo que ainda existe uma visão distorcida no mercado de trabalho sobre isso. Por isso, acredito ser essencial estar atento a essas pequenas nuances, reavaliar nossa trajetória profissional constantemente para não ficarmos estagnados em nós mesmos”, complementa o headhunter.

David Braga é CEO, board advisor e headhunter da Prime Talent, empresa de busca e seleção de executivos, presente em 30 países pela Agilium Group; é conselheiro de Administração e professor convidado pela Fundação Dom Cabral; além de conselheiro da ABRH MG, ACMinas e ChildFund Brasil. Instagrams: @davidbraga | @prime.talent

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