Cultura

Favela é Giro chega ao Espírito Santo com arte periférica

Museu das Favelas chega ao Espírito Santo com a exposição itinerante “Favela é Giro”

O Museu das Favelas, uma iniciativa da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, desembarca no Espírito Santo com sua exposição itinerante Favela é Giro. Com entrada gratuita, a mostra estará em cartaz no Museu de Arte do Espírito Santo Dionísio Del Santo (MAES), em Vitória, a partir de 13 de novembro até 15 de dezembro de 2024. O projeto conta com o patrocínio da EDP, empresa do setor elétrico que atua em diversas frentes de infraestrutura.

A exposição Favela é Giro já passou por Goiânia e vai seguir em sua itinerância por cidades como São Sebastião, Ferraz de Vasconcelos e São Paulo (SP). Com curadoria da artista Bruna Gregório, a mostra reúne 20 obras que exploram e celebram as favelas brasileiras, apresentando suas complexidades, desafios, mas também sua potência criativa e cultural. O nome da exposição, “Giro”, refere-se ao conceito de movimento e circulação, seja de ideias, pessoas ou territórios, um reflexo da dinâmica vibrante das periferias urbanas.

“A exposição é um convite para olhar as favelas com outros olhos, desafiando estereótipos e mostrando esses territórios como centros pulsantes de criatividade e inovação. Queremos ampliar a compreensão do público sobre a força cultural e econômica das favelas”, comenta Natália Cunha, diretora do Museu das Favelas.

Com um enfoque principalmente em obras audiovisuais, a exposição reúne diferentes linguagens artísticas que discutem as diversas formas de “giro” que acontecem nas favelas, seja pela circulação de ideias ou pelo movimento cotidiano das pessoas e suas histórias. Para a curadora Bruna Gregório, Favela é Giro é uma afirmação de que a arte nas periferias tem um papel fundamental na reinvenção da identidade nacional. “As obras falam das favelas não apenas como espaços de vulnerabilidade, mas como espaços de transformação e resistência”, afirma.

A participação de artistas locais é uma característica central da exposição. Para a edição capixaba, foram selecionados nomes como Iaiá Rocha, Viviane Nascimento, Ara Poty Mirī Txapya (Dayanne Guarany), De Santanna (Dimas) e Meuri Ribeiro, representantes da arte do Espírito Santo. Além disso, artistas de outras regiões também marcam presença, como o Batalhão das Gravadeiras, João Ferré, Lucas Bororo, Mayara Varalho e Marcelo Ramalho, de Goiânia, e Brenalta MC, Edmarlei, Swell Nobrega, Juvenal Pereira e Jorge Mesquita, de São Sebastião.

A EDP, patrocinadora da exposição, vê no projeto uma oportunidade de fortalecer o ecossistema criativo das periferias. Para Dominic Schmal, diretor de ESG da EDP na América do Sul, a exposição visa ampliar a percepção do público sobre as favelas e dar visibilidade à arte periférica, ao mesmo tempo em que contribui para o desenvolvimento da economia criativa local. “A exposição Favela é Giro tem um impacto direto na valorização do talento local e no fortalecimento das conexões entre artistas, tecnologia e público. Estamos muito felizes em apoiar iniciativas como essa, que trazem mais luz às culturas invisibilizadas”, destaca Schmal.

A curadoria da exposição foi complementada pela colaboração de três pesquisadores que atuam nas regiões por onde a mostra passará. A goiana Xica, a fotógrafa capixaba Ana Luzes e o rapper e pesquisador Brenalta MC, de São Sebastião, foram responsáveis pela curadoria de parte das obras, conectando as experiências locais com as narrativas mais amplas das favelas brasileiras.

“A exposição Favela é Giro vai além de um simples evento cultural; ela é um convite ao público para um mergulho nas múltiplas camadas da cultura periférica. Em um momento onde a visibilidade das comunidades tradicionais e periféricas no Brasil ainda enfrenta desafios, o Museu das Favelas tem se mostrado um agente importante de mudança, abrindo novas perspectivas sobre os espaços e as pessoas que, muitas vezes, são marginalizados pela sociedade”, finaliza Natália Cunha.

O Museu das Favelas é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerida pela organização social IDG – Instituto de Desenvolvimento e Gestão. Criado a partir de um processo colaborativo com as próprias comunidades das favelas, o Museu é um espaço de pesquisa, preservação e comunicação das histórias e memórias das favelas brasileiras, promovendo atividades culturais e educativas para todos os públicos.

Inaugurado em novembro de 2022, o Museu tem como missão valorizar e dar visibilidade às culturas periféricas, com exposições, programas educativos e eventos que envolvem os moradores das favelas na criação e gestão das atividades. O local também abriga o CRIA – Centro de Referência, Pesquisa e Biblioteca, o CORRE – Centro de Formação, Trabalho, Renda e Empreendedorismo, além de um auditório e um amplo espaço de convivência.

Atualmente, o Museu está temporariamente fechado devido ao processo de mudança de sede, com previsão de reabertura para novembro de 2024 no novo endereço, no Largo Páteo do Colégio, nº 148, no Centro Histórico de São Paulo.

Em 2024, o Museu das Favelas conta com o patrocínio master do Nubank, patrocínio do Mercado Livre e EDP, apoio da EY e Mattos Filho, cooperação da Unesco, parceria institucional da CUFA – Central Única das Favelas e assessoria jurídica da Luz e Ferreira Advogados.

Para mais informações, acesse: museudasfavelas.org.br

O IDG – Instituto de Desenvolvimento e Gestão é uma organização com 23 anos de atuação na gestão de projetos ambientais e culturais, orientada pelas melhores práticas de Governança Corporativa Internacional. O Instituto é responsável pela gestão de importantes equipamentos culturais no Brasil, como o Museu do Amanhã e o Museu do Jardim Botânico no Rio de Janeiro, o Museu das Favelas em São Paulo e o Paço do Frevo em Recife.

O IDG também foi responsável pela implantação do Memorial às Vítimas do Holocausto e pela revitalização do Sítio Arqueológico Cais do Valongo, ambos no Rio de Janeiro, além de promover a conservação de áreas verdes no Recife com os Parques Urbanos Santana e Macaxeira. Em Recife, também implantou o Museu Cais do Sertão, que celebra a cultura sertaneja e as obras do mestre Luiz Gonzaga.

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