É essencial que o diagnóstico seja realizado o mais cedo possível, pois isso aumenta as chances de um tratamento eficaz e melhores resultados para o paciente.
Julho, o mês de conscientização sobre o câncer de cabeça e pescoço, é uma importante iniciativa que busca informar a população sobre essa doença silenciosa, mas que pode ter graves consequências se não for diagnosticada e tratada precocemente.
O câncer de cabeça e pescoço é o quinto mais incidente no Brasil, tanto em homens quanto em mulheres, causando cerca de 10 mil mortes ao ano. 70% dos casos são descobertos já em estágio avançado devido à falta de informação das pessoas sobre a doença. “Por isso, a necessidade de alertar a população sobre a importância do diagnóstico precoce e de reconhecer os fatores de risco da doença”, é o que afirma o cirurgião de cabeça e pescoço da Oncoclínicas Espírito Santo, Jeferson Lenzi.
O médico explica que o câncer nessas regiões engloba uma variedade de tumores malignos que podem afetar a cavidade oral, língua, amígdalas, faringe, laringe, seios paranasais e glândulas salivares.” Esses tipos de câncer são mais comuns em pessoas com mais de 40 anos e estão frequentemente associados ao consumo de álcool e tabaco, bem como à infecção pelo vírus HPV”, alerta.
Os sintomas podem variar dependendo da localização do tumor, mas geralmente incluem dor persistente, feridas na boca ou garganta que não cicatrizam, rouquidão, dificuldade para engolir, alterações na voz, inchaço no pescoço e perda de peso inexplicada. “É importante ressaltar que esses sintomas podem ser causados por outras condições, mas é fundamental procurar um médico para um diagnóstico adequado”, ressalta Lenzi.
O diagnóstico do câncer de cabeça e pescoço geralmente envolve uma avaliação clínica, exame físico e exames complementares, como biópsia, endoscopia, tomografia computadorizada e ressonância magnética. É essencial que o diagnóstico seja realizado o mais cedo possível, pois isso aumenta as chances de um tratamento eficaz e melhores resultados para o paciente.
Tratamento
Segundo o rádio-oncologista Carlos Rebello, da Oncoclínicas Espírito Santo, unidade Instituto de Radioterapia Vitória (IRV), o tratamento para câncer de cabeça e pescoço deve ser avaliado individualmente pelo médico especialista. “O tipo de tratamento escolhido vai depender do tipo de tumor, do estágio em que a doença está, de onde o tumor está localizado, da idade do paciente e de quais são as condições de saúde desse paciente”, afirma.
Cirurgia
Remove a área afetada com as células cancerígenas é o tratamento mais comum para o câncer de cabeça e pescoço. Em alguns casos, como os de tumores na tireoide e cavidade oral, podem ser feitas a cirurgia robótica e a cirurgia endoscópica. Essas técnicas permitem maior precisão durante a cirurgia, além de garantir uma recuperação mais rápida ao paciente.
Quimioterapia e imunoterapia
“Esses dois tratamentos podem ser feitos simultaneamente a radioterapia. Podem ser feitos também pré-cirurgia ou radioterapia, além de forma paliativa”, comenta Rebello. Os medicamentos ajudam a eliminar ou impedir a multiplicação de células cancerígenas, principalmente em áreas que não podem ser removidas com a cirurgia. Em casos de tumores disseminados, a quimioterapia ajuda no controle de sintomas.
Radioterapia
“A radioterapia é fundamental no tratamento do câncer de cabeça e pescoço e muito utilizada, tanto de forma isolada ou combinada com a cirurgia ou com a quimioterapia”, ressalta o rádio-oncologista. A indicação vai depender das características do tumor e das condições clínicas do paciente. Em casos de tumores agressivos, ajuda a aliviar os sintomas.