foto: Tubo de 75mm parcialmente obstruído por falta de manutenção e conduzindo água com altos teores de ferro. O entupimento total dos gotejadores pode levar a prejuízo de R$ 8.000 a R$ 10.000 por hectare.
A adoção preventiva de cuidados nos equipamentos é essencial para evitar perdas na colheita
Implementar medidas para assegurar o pleno funcionamento de um sistema de irrigação por gotejamento vai além de uma questão técnica; é uma estratégia vital para a saúde financeira do produtor e para o sucesso da colheita. A manutenção preventiva, frequentemente negligenciada, desempenha um papel crucial para não comprometer seriamente o equipamento e evitar prejuízos substanciais.
De acordo com o engenheiro agrônomo Elídio Torezani, a falta de manutenção preventiva pode resultar em prejuízos significativos, especialmente em componentes sensíveis como os gotejadores, que representam cerca de 40% do custo total de um sistema de irrigação. “A ausência de cuidados de rotina pode comprometer totalmente essa parte do sistema”, alerta Torezani, destacando que os prejuízos podem chegar a até R$ 8 mil por hectare.
Sem uma rotina adequada de checagem, pequenas falhas podem se acumular e, eventualmente, levar a problemas maiores, como a redução da vazão ou a obstrução dos emissores, colocando em risco a irrigação das plantas.
Um dos aspectos mais críticos na manutenção preventiva é o tratamento químico de limpeza dos gotejadores. A escolha entre produtos à base de ácido ou de peróxido de hidrogênio deve ser feita com base em testes qualitativos realizados com amostras específicas do cliente. “Essa escolha é criteriosa e baseada na vazão do sistema do cliente. A realização dos testes é fundamental para evitar a utilização inadequada de produtos”, enfatiza Elídio Torezani, reforçando a importância de cuidados técnicos detalhados para garantir a eficácia do processo.
Um sistema de irrigação bem instalado deve ter suas condições de funcionamento verificadas e registradas no momento da entrega ao cliente. Essas informações incluem a vazão total dos emissores e do sistema, bem como as pressões em cada ponto da área irrigada. “Manter essas condições próximas ao que foi registrado no início é um bom indicativo de que o sistema está operando de maneira eficiente, como se fosse novo”, afirma Torezani.
Essas verificações iniciais não só asseguram que o equipamento esteja funcionando corretamente, mas também servem como uma referência crucial para futuras manutenções. Segundo o engenheiro agrônomo, sempre que uma manutenção é realizada, é possível comparar os dados atuais com os originais, ajudando a identificar problemas e a determinar se o sistema está sofrendo desgaste ou alterações que precisam ser corrigidas.
Além do impacto financeiro direto, a falta de manutenção pode comprometer a eficiência do sistema de irrigação, resultando em uma distribuição desigual de água e nutrientes, o que pode afetar a saúde e o rendimento das plantas. Em casos extremos, a ausência de cuidados pode levar a falhas completas do sistema, obrigando o produtor a substituir partes ou até todo o equipamento, o que eleva ainda mais os custos. “Quando você percebe, a situação pode ser irreversível, e o prejuízo já deve ter ocorrido para as plantas que estão sendo irrigadas”, alerta o especialista.