Cultura

Exposição “Vidas em Cordel” entra na reta final em Vitória e segue em itinerância para o interior do Estado

Mostra interativa que valoriza a cultura popular encerra temporada na capital no próximo domingo (22) e segue para Colatina com novas homenagens e atividades educativas

Vitória se despede neste domingo (22) da exposição “Vidas em Cordel”, em cartaz no Parque Pedra da Cebola. A mostra, que apresenta 23 histórias de vida transformadas em cordéis ilustrados, é uma celebração da arte popular e da memória social. Gratuita e aberta ao público, a iniciativa é do Museu Vale, em seu formato extramuros, em parceria com o Museu da Pessoa (SP).

A próxima parada será Colatina, no Noroeste do Espírito Santo, onde será inaugurada no dia 26 de junho, no Centro de Ciência da cidade.

Com uma estética que une poesia, xilogravura e tecnologia, “Vidas em Cordel” transforma biografias reais em obras sensíveis e inspiradoras. Além de conhecer os cordéis de autores renomados, o público é convidado a criar seus próprios versos em uma cabine interativa instalada na área da exposição. Os vídeos com os cordéis produzidos pelos visitantes são publicados no site do Museu da Pessoa, ampliando a rede de vozes e memórias. O conteúdo está disponível em: memo.museudapessoa.org/vidas-em-cordel/conte-sua-historia.

De acordo com Luciana Gondim, diretora do Instituto Cultural Vale, a mostra é um espaço de escuta, pertencimento e expressão. “É uma celebração da cultura popular que conecta histórias reais a técnicas tradicionais de arte, criando um diálogo que emociona e inspira comunidades”, afirma.

Durante a itinerância, personagens locais têm sido homenageados com suas histórias incorporadas à exposição. Em Vitória, destacam-se as narrativas de Regina Maria Ruschi e Dilvana Silva Santos, duas mulheres com trajetórias marcantes em suas comunidades.

Regina é fundadora do Grupo Barra de Renda, criado em Vila Velha em 2015, com o propósito de preservar a renda de bilro, símbolo da identidade capixaba. Seu cordel foi escrito por Marco Haurélio e ilustrado por Lucélia Borges. Já Dilvana, ativista ambiental em Colatina, lidera ações de coleta seletiva e educação ambiental. Sua história foi transformada em cordel por Rouxinol do Rinaré e Julia Oliveira, com xilogravuras de Artur Soares.

A exposição também reverencia a memória de Dona Domingas, figura popular de Vitória, cuja presença simbólica representa a luta da população negra e das mulheres invisibilizadas da história.

A mostra reúne ainda nomes consagrados da literatura de cordel, como Bule-Bule, Klévisson Viana, Nilza Dias, Gigio Paiva, Jonas Samaúma, José Santos e Maria Celma. Nas artes visuais, participam Maércio Siqueira, Jefferson Campos e Regina Drozina, compondo um mosaico da arte popular brasileira contemporânea.

Desde agosto de 2023, “Vidas em Cordel” já passou por cidades da Bahia, Pernambuco, Minas Gerais e São Paulo, impactando mais de 100 mil visitantes presencialmente e 150 mil na versão digital.

A realização é do Museu Vale e do Instituto Cultural Vale, com patrocínio da Vale e apoio do Ministério da Cultura, por meio da Lei de Incentivo à Cultura.

Em sua fase extramuros, o Museu Vale leva exposições e ações educativas a diferentes territórios, promovendo o acesso à arte e ao conhecimento fora de suas instalações físicas. Com esse novo formato, fortalece o diálogo com a comunidade e amplia o alcance das manifestações culturais, mantendo viva sua missão de preservar, educar e transformar por meio da arte.

Crédito imagens: Cloves Louzada

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