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Experiências inovadoras no agroturismo valorizam o trabalho no campo

O turismo capixaba vive um momento de crescimento e inovação. Além de oferecer belezas naturais, o Espírito Santo tem ofertado experiências autênticas que aproximam visitantes da história, cultura e do sabor de diversas regiões do estado.

Propriedades rurais que antes se dedicavam exclusivamente à produção de café, vinho, frutas e chocolates agora se abrem ao público, transformando o agroturismo em um dos pilares do desenvolvimento regional.

De acordo com André Spalenza, coordenador do eixo Observa do Connect Fecomércio-ES (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo), o Espírito Santo vem consolidando um modelo de turismo sustentável e de base comunitária, no qual o protagonismo dos produtores rurais é fundamental para essas atividades. “O visitante quer vivenciar o destino e não apenas conhecê-lo, e o agroturismo tem um papel essencial nessa transformação”, destacou.

Entre as regiões que exemplificam essa nova fase estão Santa Teresa, Domingos Martins, Venda Nova do Imigrante e o Caparaó, que têm se tornado referências nacionais na integração entre agricultura familiar, hospitalidade e experiências gastronômicas.

“Com o turismo de experiência, as propriedades rurais não apenas diversificam as fontes de renda no campo, mas também contribuem para fixar famílias nas áreas rurais, preservar tradições e criar conexões genuínas entre quem produz e quem consome. Não é só uma tendência, é uma força de transformação econômica e social no território capixaba”, explicou Spalenza.

Em Santa Teresa, Fabio Quintão, da Cantina Grotteschi, mantém viva a tradição do vinho herdada da família e recebe visitantes em sua vinícola.

“Quem chega à propriedade tem a chance de ouvir a trajetória da família, entender o processo produtivo e se conectar conosco, além, é claro, de conhecer e comprar os nossos produtos. Produzimos vinhos com uvas Syrah e Cabernet Sauvignon, e estamos diversificando com novas variedades, porque comecei a plantar a uva italiana Sangiovese. A expectativa é que ela comece, no próximo ano, a dar frutos, ampliando ainda mais a nossa produção, sempre buscando qualidade e identidade local”, explicou.

Também em Santa Teresa, João Felipe Almenara, representante da marca Cacalmenara, leva o conceito “tree to bar” ao pé da letra: cultiva o cacau em Pinheiros e produz chocolates naturais na Serra capixaba. Os turistas também podem visitar a loja da fábrica e ver ao vivo parte da produção de chocolates.

“O Espírito Santo tem muito a oferecer no quesito cacau e chocolates naturais. Esse movimento precisa ser mostrado ao público, especialmente agora que o turismo está em expansão no nosso estado”, destacou.

Ele contou que a empresa é familiar, atua no ramo de chocolates 100% naturais, produzidos em plantação agroflorestal, e já recebeu premiações nacionais e internacionais, inclusive na Inglaterra. “Produzimos também mel, melaço e chá de cacau”.

Segundo André Spalenza, o agroturismo capixaba representa uma das maiores oportunidades de crescimento do setor nos próximos anos. “A valorização da produção local e a autenticidade das experiências são diferenciais competitivos que fortalecem a economia e mantêm viva a identidade cultural do estado. Isso também mostra o papel do Espírito Santo como destino acolhedor e sustentável”, ressaltou.

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