Governo dos EUA Exclui 74 Produtos Capixabas de Nova Tarifa de 50%: Findes Defende Diálogo para Proteger Exportações
O governo dos Estados Unidos divulgou na última terça-feira (30) a lista de produtos brasileiros que ficarão parcialmente isentos da nova tarifa de importação. A medida, que adiciona 40% à alíquota já vigente de 10%, eleva a taxação total a 50% para boa parte dos produtos exportados ao mercado norte-americano. No entanto, 74 produtos exportados pelo Espírito Santo em 2024 foram contemplados com a isenção parcial e seguirão com a cobrança anterior de 10%. As novas regras passam a valer a partir da próxima quarta-feira (6).
A decisão representa um alívio parcial para a economia capixaba, mas ainda gera preocupação entre setores industriais e exportadores. A Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), em nota divulgada na quinta-feira (31), reforçou a importância de ampliar o diálogo com o governo norte-americano a fim de proteger os interesses econômicos do Estado e do país.
“Os Estados Unidos são um importante parceiro comercial e o principal destino das exportações do Espírito Santo, representando 28,6% do total exportado pelo Estado em 2024”, destacou o presidente da Findes, Paulo Baraona. Ele defende negociações diplomáticas mais intensas para preservar a competitividade das empresas capixabas no mercado internacional.
De acordo com o Observatório da Findes, em 2024 o Espírito Santo exportou 74 dos 694 produtos incluídos na lista de exceções à nova tarifa. Estes itens representaram 47,1% do total comercializado com os EUA até o momento. Entre os produtos produzidos no Estado que terão taxação reduzida estão pedras de cantaria, celulose, minério de ferro e ferro fundido.
Por outro lado, produtos de destaque na pauta de exportação capixaba como aço, granitos beneficiados, mármores, travertinos, café em grão e derivados de café ficaram de fora da lista de isenção e serão impactados pela tarifa de 50%. A Findes alerta para os riscos dessa medida, especialmente em setores que geram grande volume de empregos e receita cambial para o Espírito Santo.
O cenário é ainda mais crítico para os produtos de aço e alumínio, cuja tarifação de 50% já está em vigor por meio de um decreto anterior e foi mantida com as novas regras. Esses setores seguem enfrentando dificuldades para manter a competitividade frente a concorrentes internacionais.
A medida adotada pelos EUA ocorre em meio a um momento de instabilidade nas relações comerciais bilaterais e reflete a adoção de políticas protecionistas por parte do governo norte-americano. Para a Findes, é fundamental que o Brasil fortaleça sua atuação diplomática e comercial, a fim de garantir melhores condições de acesso ao mercado norte-americano e preservar os empregos e a produção industrial nacional.
O impacto da nova tarifação ainda está sendo calculado por empresas exportadoras do Estado, mas a expectativa é de retração em alguns segmentos, especialmente os mais dependentes do mercado americano. Diante disso, o setor produtivo se mobiliza para buscar alternativas que possam compensar as perdas e manter a sustentabilidade das exportações capixabas.
A Findes conclui seu posicionamento reiterando a necessidade de uma política comercial mais agressiva, com ênfase na diversificação de mercados, estímulo à inovação e apoio governamental para mitigar os efeitos das barreiras tarifárias.