Durante muito tempo, a criatividade foi associada a um talento inato, reservado a poucas pessoas consideradas “geniais” ou fora do comum. No entanto, estudos e experiências educacionais vêm mostrando que a criatividade é, acima de tudo, uma habilidade que pode — e deve — ser desenvolvida ao longo da vida, especialmente no ambiente escolar.
Para especialistas em educação, estimular o pensamento criativo exige mais do que aulas expositivas e conteúdos teóricos. O processo passa por investimentos estratégicos em profissionais qualificados, ferramentas adequadas, espaços inspiradores e metodologias inovadoras que favoreçam a experimentação e o protagonismo dos estudantes.
Segundo o diretor Mário Broetto, do Centro Educacional Leonardo da Vinci, escola integrante do grupo Inspired Education, o ponto de partida para desenvolver a criatividade está em repensar a forma como o aluno aprende. “Mais do que ouvir e ler sobre um conteúdo, é importante que o aluno se envolva e coloque a mão na massa, incentivando a autonomia e o protagonismo dele para criar soluções para problemas reais”, destaca.
Na prática, isso significa adotar abordagens pedagógicas que estimulem a curiosidade, o pensamento crítico e a resolução de desafios do cotidiano. Metodologias ativas, como projetos interdisciplinares, aprendizagem baseada em problemas e atividades colaborativas, têm se mostrado eficazes nesse processo, pois colocam o estudante no centro da aprendizagem.
Outro fator essencial é o ambiente. Salas de aula flexíveis, laboratórios criativos, uso consciente da tecnologia e espaços que permitam a troca de ideias contribuem para que os alunos se sintam mais livres para experimentar, errar e tentar novamente — etapas fundamentais do processo criativo.
Além disso, o papel do educador é decisivo. Professores preparados para atuar como mediadores do conhecimento, estimulando perguntas e valorizando diferentes pontos de vista, ajudam a criar um clima de confiança e inovação. “A criatividade floresce quando o aluno percebe que suas ideias são respeitadas e que ele pode participar ativamente da construção do conhecimento”, reforçam educadores da área.
Em um mundo cada vez mais dinâmico e desafiador, desenvolver a criatividade deixou de ser um diferencial e passou a ser uma necessidade. Ao investir em estratégias que estimulam essa habilidade desde cedo, as instituições de ensino contribuem para a formação de cidadãos mais autônomos, críticos e preparados para lidar com problemas complexos da sociedade contemporânea.