Saúde

Dor: 40% da população brasileira sofre com o mal

Especialista em dor crônica, André Félix, ressalta a importância de um tratamento interdisciplinar

Uma recente pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS) revela que aproximadamente 42% da população brasileira enfrenta problemas relacionados à dor, e até 92% das pessoas terão essa experiência ao menos uma vez na vida. Essa realidade alarmante foi discutida pelo médico André Félix, especialista no tratamento da dor, que enfatiza a necessidade de uma abordagem abrangente no manejo desse problema.

Segundo Félix, é fundamental diferenciar entre dor aguda e dor crônica. “A dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável, que pode ser desencadeada por uma lesão tecidual real ou potencial. A dor aguda atua como um mecanismo de alerta para proteger o corpo, indicando que algo não vai bem. Entretanto, quando essa dor persiste além do curso normal de uma doença aguda ou da cura de uma lesão, geralmente por mais de três meses, ela se torna crônica, podendo alterar a forma como o sistema nervoso processa a dor”, explica o especialista.

Uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira para Estudo da Dor (SBED) em 2016 revelou que quase 37% da população brasileira, ou seja, a cada dez pessoas, quase quatro sofrem de dores crônicas. A maioria desses pacientes é composta por mulheres, que frequentemente enfrentam condições como a fibromialgia, que afeta cerca de 3% da população, conforme dados da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR). Essa síndrome é mais comum entre mulheres de 30 a 55 anos, mas pode se manifestar em qualquer idade e sexo.

André Félix ressalta que o tratamento para dores crônicas deve ser adaptado às necessidades individuais de cada paciente. As opções variam desde o uso de medicamentos até terapias complementares como fisioterapia, acupuntura e radiofrequência. Em casos mais complexos, a cirurgia pode ser considerada. “É comum encontrar pacientes que sofrem com dores intensas há décadas. Os efeitos cumulativos desses longos períodos de dor podem causar danos psicológicos significativos. Por isso, uma abordagem interdisciplinar é crucial. Uma equipe multidisciplinar deve trabalhar em conjunto para melhorar a qualidade de vida do paciente”, conclui Félix.

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