Neste 24 de março, o mundo se une para observar o Dia Mundial da Tuberculose, data que visa aumentar a conscientização sobre a doença, que ainda afeta milhões de pessoas ao redor do globo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2023, 10,8 milhões de pessoas adoeceram com tuberculose, e 1,25 milhão perderam suas vidas devido à doença. O tema deste ano, “Sim! Podemos Acabar com a Tuberculose: Comprometer-se, Investir, Entregar”, transmite uma mensagem urgente e ousada sobre a necessidade de ação imediata para erradicar a doença.
A tuberculose, embora tratável e curável, continua sendo uma das principais causas de morte por doenças infecciosas, principalmente em países de baixa e média renda. Para sensibilizar a população sobre os desafios e a urgência da eliminação da doença, especialistas têm ressaltado a importância de medidas preventivas, diagnóstico precoce e tratamento eficaz.
De acordo com a pneumologista e especialista em Medicina do Sono, Jessica Polese, a prevenção da tuberculose começa com a identificação precoce de seus sintomas. A médica alerta que os sinais da doença podem ser confundidos com outras condições, como gripes e alergias. “É fundamental ficar atento à tosse persistente, febre alta, falta de apetite, dor no peito, cansaço e fraqueza”, destaca. Ela explica que, se esses sintomas persistirem por mais de três semanas, principalmente a tosse, é essencial procurar um médico para realizar exames adequados e iniciar o tratamento.
Jessica Polese também destaca o papel crucial da vacinação na prevenção da tuberculose, especialmente em crianças. A vacina BCG tem se mostrado eficaz em reduzir as formas mais graves da doença. No entanto, a médica enfatiza que o maior desafio está em tratar adequadamente as pessoas doentes, evitando a propagação da doença. “O melhor modo de prevenir a tuberculose é tratar aqueles que estão doentes. Pessoas com tosse ativa, que estão eliminando o bacilo no ar, são as maiores fontes de transmissão. Se conseguirmos eliminar essas fontes de transmissão, teremos uma redução significativa de novos casos”, afirma.
Essa abordagem, que envolve o tratamento completo e eficaz dos pacientes, é essencial para romper o ciclo de transmissão da tuberculose e, consequentemente, reduzir a incidência da doença. A adesão rigorosa ao regime de medicamentos é crucial, pois o abandono do tratamento pode resultar em resistência aos medicamentos, complicando ainda mais a luta contra a tuberculose.
A OMS e organizações de saúde ao redor do mundo têm chamado a atenção para a importância do compromisso, investimento e entrega no combate à tuberculose. A mobilização de recursos para diagnóstico e tratamento, além do fortalecimento dos sistemas de saúde, são ações fundamentais para garantir que a tuberculose deixe de ser uma ameaça global.