Exportações são impulsionadas pelo minério de ferro e importações disparam com entrada de veículos de passageiros; China e EUA lideram como principais parceiros comerciais do Estado
O Espírito Santo registrou um expressivo crescimento nas operações de comércio exterior em maio deste ano. A movimentação total do setor chegou a R$ 13,47 bilhões, o que representa uma alta de 38,56% em relação a abril. Na comparação com maio de 2024, o avanço foi de 12,95%, segundo dados do Connect Fecomércio-ES, com base no sistema Comex Stat.
As exportações capixabas totalizaram US$ 911 milhões, puxadas principalmente pela alta demanda internacional de minério de ferro, responsável por 32,08% das vendas externas. O crescimento foi de 39,9% em relação ao mês anterior e de 4,28% na comparação anual.
Do lado das importações, o destaque ficou para os veículos de passageiros, que responderam por 46% do total importado. O valor das compras internacionais saltou de US$ 1,09 bilhão em abril para US$ 1,5 bilhão em maio, uma variação positiva de 37,71%. No comparativo com maio do ano passado, a alta foi de 18,92%.
Para André Spalenza, coordenador de pesquisa do Observatório do Comércio – Connect Fecomércio-ES –, esse dinamismo favorece não apenas o setor produtivo, mas toda a cadeia econômica do estado.
“A movimentação intensa de mercadorias impacta positivamente serviços logísticos, transportes e o comércio atrelado à exportação e importação. Isso pode se refletir diretamente no aumento da renda e na geração de empregos”, afirma o especialista.
A China se manteve como o principal parceiro do Espírito Santo, sendo responsável por 49,78% das importações e 4% das exportações, respondendo por 32,61% da corrente total de comércio. Já os Estados Unidos aparecem em seguida, com 28,21% das exportações capixabas e 12,96% das importações, totalizando 18,71% da corrente comercial.
Outros parceiros relevantes em maio foram Argentina (7,54%), Malásia (2,86%), Coreia do Sul (2,76%), Alemanha (2,69%), México (2,52%) e Egito (2,13%).
Além do minério de ferro, a pauta de exportações teve como destaque:
Cal, cimento e materiais de construção fabricada (12,82%)
Óleos brutos de petróleo (12,43%)
Produtos semiacabados de ferro ou aço (11%)
Café não torrado (9,65%)
Celulose (8,41%)
Na outra ponta, além dos veículos de passageiros (US$ 694 milhões e alta de 118,39% em relação a abril), também se destacaram:
Veículos para transporte de mercadorias e usos especiais (15,6%)
Aeronaves e suas partes (7,1%)
No campo das exportações, Anchieta liderou com 20% de participação, seguida por Vitória (12%), Serra (11%) e Aracruz (8,4%). Já nas importações, Cariacica dominou com 61,6%, impulsionada pela chegada de automóveis e equipamentos, seguida por Vitória (6,3%) e Serra (4,4%).
Um dado positivo foi o avanço nos termos de troca, que subiram 8% em maio, resultado da queda de 8,7% nos preços dos produtos importados. Na comparação com maio de 2024, houve um aumento de 20,1%, a segunda maior variação do Brasil.
Segundo Spalenza, essa melhora indica que o Espírito Santo está exportando a preços mais vantajosos e importando a custos menores, o que amplia o poder de compra externo do Estado.
“Quando o preço dos produtos exportados sobe em relação aos importados, o poder de compra se fortalece e a competitividade internacional aumenta. É um sinal de valorização da produção capixaba”, reforça.