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Bullying: saiba identificar se seu filho é vítima e o que fazer

As crianças estão de volta às escolas e com essa volta, muitas alegrias e desafios! Os pais precisam estar atentos a mudanças de comportamento dos filhos, pois isso pode ser sinal de que eles estão sofrendo bullying. Separamos 6 indicadores de que isso possa estar ocorrendo e o que os pais podem fazer.

1. Rejeição a qualquer atividade escolar: 

Por associar o local às agressões e humilhação, a criança irá ter dificuldades em se identificar com qualquer assunto relacionado à escola.

Sentimentos de ansiedade reais, como dores no estômago e de cabeçafazer xixi na camaapetite anormal ou insônia na noite anterior, podem ser indicadores de que a vítima tem medo do lugar.

Além disso, sintomas falsos e desculpas inventadas pela criança frequentemente para faltar aula também devem alertar aos pais.

A queda repentina do desempenho escolar é outro sinal de que a criança perdeu o interesse ou não quer estar no local.

2. Dificuldade em manter contato social: 

Crianças e adolescentes vítimas de bullying criam bloqueios e adotam um comportamento fechado, o qual reflete não apenas no convívio escolar, mas também nas demais esferas sociais.

Sentir dificuldades de fazer e manter amizadesnão querer passar tempo com a família ou deixar de interagir em determinadas situaçõesse trancar no quarto por longos períodos de tempo, são exemplos da mudança de comportamento.

Caso as atitudes sejam repentinas e fora da personalidade da criança, o comportamento deve ser um indicador para os responsáveis.

3. Descontrole emocional 

Devido a pressão diária sentida pelas vítimas, crianças e adolescentes que sofrem com o bullying adotam reações intensamente emotivas.

Choros repentinos e tristeza sem razões claras, acompanhados de gatilhos de agressividade e excesso de comportamento irritadiço são fortes sinais de que algo está errado.

Embora considerados manifestações da adolescência pelo senso comum, os responsáveis devem sempre estar atentos e alertas a tais indicadores, pois demonstram uma intensa pressão emocional.

4. Dificuldades em lidar consigo mesmo

Por terem a confiança constantemente minada pelos agressores, vítimas de bullying sentem dificuldades com a autoestima.

O chamado complexo de vítima faz com que crianças e adolescentes não confiem ou enxerguem o próprio potencial, alimentando pensamentos de que sempre serão os piores em todas as atividades ou não são dignos de respeito.

Esses pensamentos podem gerar consequências graves, como transtornos de imagem ou alimentares, além de comportamento suicida.

5. Manifestações físicas

Caso a criança apareça com cortes e machucados constantes, os pais devem analisar a origem dos hematomas antes de ignorar a situação por apenas assumir ser normal da infância.

Marcas no corpo, uniforme sujo ou rasgado, materiais desaparecidos, arranhões, áreas roxas ou vermelhas e inchaços sem motivo aparente são importantes indicadores de agressões físicas ou intimidações no período escolar.

6. Obsessão ou total repulsa aos aparelhos eletrônicos 

Em casos de cyberbullying, que são agressões que se dão de maneira virtual, é comum que as vítimas adotem um comportamento radical em relação as redes socais.

Deletar todas as contas sem motivo claro, evitar ao máximo qualquer contato com o aparelhos eletrônicos ou passar horas online, visivelmente em estado constante de medo, são sinais de que o cyberbullying possa estar envolvido.

O que fazer?

Diálogo e Relacionamento

Ainda de acordo com a psicóloga Anne Daltro, o diálogo é indispensável tanto para crianças quanto para adolescentes. Uma comunicação assertiva e cuidadosa que acolhe e ouve primeiramente, sem julgar ou apontar erros, é essencial para que os filhos se sintam seguros em se abrir para os pais.

Em especial, ao tratar de adolescentes, é comum que os responsáveis tragam a culpa para a própria vítima. Frases como “por que você não contou para ninguém?” ou “por que você deixou isso acontecer?” apenas agravam o estado mental de vergonha e impedem que o adolescente estabeleça um diálogo sincero com os pais.

Além do diálogo, a construção de um relacionamento seguro e presente cria um ambiente de confiança para a vítima de bullying. Passar tempo de qualidade com a criança, ouvir suas ideias e opiniões, validar seus sentimentos e se fazer presente faz a diferença no desenvolvimento dos filhos.

Escolas 

Entrar em contato com a escola também é necessário, no entanto é preciso controlar as emoções. Gritar com diretores ou coordenadores apenas aumentaria a humilhação da criança, manter a calma e resolver de forma civilizada evita que se torne uma experiência traumática para todos os envolvidos.

Segundo o filósofo, pedagogo e especialista em prevenção ao bullying, Benjamim Horta, as escolas e instituições de ensino possuem um papel essencial na luta contra o bullying, o qual se dá por meio de 3 fatores: Prevenção, Intervenção e Monitoramento.

Logo, é importante que os pais procurem a escola para que juntos busquem uma solução, não com o objetivo de acusar, para que a situação não seja agravada.

´De acordo com o especialista, a parceria escola e família é fundamental na solução do bullying e deve ser buscada sem demoras.

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