Tecnologia permite controle remoto, reduz o trabalho manual e traz ganhos em produtividade, economia e bem-estar no campo
Com o avanço da tecnologia no meio rural, o produtor do século 21 já não precisa mais estar o tempo todo no campo para garantir a eficiência da irrigação. Sistemas inteligentes e automatizados vêm revolucionando o agronegócio, permitindo o controle remoto das lavouras com mais precisão, menos esforço e ganhos expressivos em produtividade e sustentabilidade.
Hoje, é possível acionar bombas, abrir e fechar válvulas, aplicar fertilizantes via água (fertirrigação) e monitorar a umidade do solo — tudo à distância, por meio de aplicativos. A gestão, feita em tempo real, permite decisões mais ágeis e um manejo mais eficiente da água. “Esse tipo de tecnologia oferece agilidade na tomada de decisões e reduz o tempo que o produtor precisa dedicar à operação manual dos sistemas”, afirma Elidio Torezani, engenheiro agrônomo e diretor da Hydra Irrigações, primeira revenda da Netafim no Brasil.
Além da comodidade, o maior ganho está na eficiência do uso de recursos naturais. A irrigação programada conforme a real necessidade da lavoura evita desperdícios de água e energia elétrica — dois insumos cada vez mais caros e estratégicos.
A automação ganha ainda mais potência quando aliada a técnicas modernas, como a irrigação por gotejamento, que entrega água diretamente às raízes das plantas. Com sensores de umidade e sistemas de controle remoto, o produtor consegue calibrar exatamente o volume e o tempo de irrigação, favorecendo a absorção pelas plantas e reduzindo perdas.
Quem comprova isso na prática é o produtor de café Juan Travain de Souza, de Rondônia. Nas lavouras da Selva Café, administradas por ele e outros quatro sócios, os processos de irrigação, secagem e pesagem já são geridos de forma remota.
“Conseguimos acompanhar os processos mesmo à distância. Isso trouxe mais confiabilidade, padronização do serviço e economia com mão de obra”, conta Juan. Segundo ele, a economia de recursos foi expressiva: “Reduzimos em torno de 30% o uso de água e adubo. Hoje, não consigo entender como alguém ainda faz irrigação sem monitorar a umidade do solo”.
A automação também contribui para melhorar a qualidade de vida no campo. Ao eliminar tarefas manuais repetitivas — como percorrer grandes áreas para abrir ou fechar válvulas —, a tecnologia libera tempo para que o produtor se dedique à gestão do negócio e a decisões estratégicas.
Para Torezani, o uso de ferramentas digitais não substitui o conhecimento técnico, mas o amplia. “Esse avanço não substitui o produtor, nem seu olhar técnico, mas potencializa os resultados de um manejo bem feito”, ressalta.