Saúde

Anvisa aprova uso do Mounjaro no combate à obesidade no Brasil

Aprovado inicialmente para o tratamento de diabetes tipo 2, medicamento agora pode ser prescrito também para controle de peso em pacientes com comorbidades

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta semana o uso do medicamento Mounjaro (tirzepatida) para o tratamento da obesidade no Brasil. Até então, o remédio era autorizado apenas para controle do diabetes tipo 2, embora já estivesse à venda no país desde o mês passado.

Com a nova indicação, o Mounjaro passa a ser uma alternativa legal para pacientes que enfrentam a obesidade associada a outras doenças, como hipertensão, dislipidemia ou apneia do sono. A droga, de aplicação injetável semanal, atua duplamente: reduz o apetite e contribui para o controle dos níveis de glicose no sangue.

Concorrente direto do já conhecido Ozempic (semaglutida), o Mounjaro tem se destacado em estudos clínicos internacionais por apresentar resultados promissores na redução de peso. Seu princípio ativo, a tirzepatida, age sobre dois receptores hormonais relacionados à saciedade e ao metabolismo da glicose, o que potencializa seus efeitos.

Apesar do avanço terapêutico, o tratamento pesa no bolso. O medicamento é comercializado em duas dosagens — 2,5 mg e 5 mg — com preços que variam de R$ 1.406 a R$ 2.384 por mês. A venda é permitida apenas mediante receita médica com retenção, o que reforça a necessidade de acompanhamento profissional rigoroso.

Especialistas recomendam cautela no uso da medicação, reforçando que ela deve ser parte de um plano terapêutico mais amplo, que inclua mudanças no estilo de vida, como alimentação balanceada e prática regular de atividade física.

Com a aprovação, a expectativa é de que mais pacientes possam se beneficiar do tratamento, especialmente em um país onde mais da metade da população adulta vive com excesso de peso, segundo dados do Ministério da Saúde.

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