Você já se olhou no espelho e não gostou do que viu? Quem nunca, não é mesmo? Mas, quando essa insatisfação com a própria imagem vira obsessão e começa a afetar a vida pessoal e profissional, pode ser um sinal de dismorfia
Exemplos atuais de famosos insatisfeitos com a imagem é do ator Stênio Garcia, que veio à tona chamando a atenção de todos após o procedimento de harmonização facial e também o caso do ator e apresentador argentino Francisco Mariano Javier Ibanez que se submeteu a mais de 30 cirurgias plásticas para se parecer com o cantor porto-riquenho Ricky Martin.
A dismorfia é um transtorno psicológico em que a pessoa tem uma percepção distorcida da própria imagem. O médico e cirurgião plástico, Ariosto Santos, explica que muitas pessoas procuram o consultório por estarem insatisfeito com a imagem. “E é nesse ponto que a estética e a cirurgia plástica entram em cena. Muitas pessoas com dismorfia recorrem a intervenções estéticas em série, na tentativa de corrigir o que elas veem como um defeito”, explica Dr. Ariosto.
No Brasil, de acordo com a Associação Americana de Psiquiatria, o número de mulheres que já recebeu o diagnóstico de dismorfia, gira em torno dos 4 milhões.
Tratando-se de cirurgia plástica, a mais recente pesquisa da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica mostra que, só em 2021, foram realizados 30 milhões de procedimentos no mundo – número que expressa um aumento de 20% em relação a anos anteriores.
O Brasil só perde para os Estados Unidos no ranking de tão elevada procura. Aqui no país foram registrados 2,7 milhões de intervenções no mesmo ano. Quase metade delas, de natureza cirúrgica.
“Por mais que a pessoa faça cirurgias e procedimentos estéticos, ela pode não ficar satisfeita com o resultado, porque o problema está na percepção que ela tem da própria imagem. Por isso, é importante buscar ajuda psicológica para tratar o dismorfismo”, destaca Dr. Ariosto.
Além disso, Dr. Ariosto acrescenta que a estética e a cirurgia plástica podem ser ótimas opções para melhorar a autoestima e a qualidade de vida, desde que sejam feitas por motivos saudáveis e com expectativas realistas. “Mas quando a insatisfação com a própria imagem se torna uma obsessão, é preciso tratar o problema na raiz, antes de recorrer a intervenções estéticas em série que podem piorar a situação”, ressalta o médico.
Dr. Ariosto também comenta que as cirurgias plásticas são uma opção para quem quer mudar alguma característica física, mas é importante lembrar que elas têm limitações. “Além disso, é preciso ter cuidado para não cair na armadilha de achar que a felicidade está diretamente relacionada à aparência física”, conclui o cirurgião plástico.