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A criação do Ministério da Segurança Pública

“A Separação da Segurança Pública do Ministério da Justiça é urgente e providencial”, defende especialista

Promessa de campanha de Lula, a criação do Ministério da Segurança Pública voltou à tona com as recentes ondas de violência registradas no País, em especial no Rio de Janeiro e na Bahia. A criação de uma pasta para pensar estratégias nacionais e executar ações na área “urgente”, defende a delegada e especialista em segurança pública Gracimeri Gaviorno.

A insegurança também afeta o dia a dia dos capixabas com o aumento de crimes patrimoniais. Segundo o Anuário Estadual da Segurança Pública, em 2022 foram mais de 17 mil roubos de celular, quase 18 mil roubos à pessoa e mais de 7.500 furtos e roubos de veículos.

“A Separação da Segurança Pública do Ministério da Justiça é urgente e providencial. Sem segurança, nada funciona. Aulas são suspensas, o atendimento à saúde é prejudicado, o trabalhador não consegue chegar ao serviço e a economia é fragilizada por assaltos a pequenos e médios empreendedores, que sustentam o Brasil”, diz Gracimeri. Um dado que ilustra a fala da especialista em segurança pública é o número de roubos a comércios no Espírito Santo. Foram 1172 casos, em 2022, de acordo com o Anuário.

O Ministério da Segurança Pública havia sido criado no governo de Michel Temer. Já no governo Bolsonaro, a pasta foi fundida com o Ministério da Justiça. Com os recentes casos de violência no País, o presidente Lula disse que avaliaria a criação do Ministério da Segurança Pública.

“Foi quando tivemos um ministério exclusivo para a segurança pública que avançamos na questão. Hoje, a população está revivendo situações que já não eram mais tão comuns, e ainda temos a questão dos novos golpes, como os crimes cibernéticos. O Ministério da Segurança Pública poderia traçar estratégias, a nível nacional, para combater a criminalidade. O que a gente vê na atual estrutura é um ministério que se preocupa mais com questões políticas do que com as técnicas referentes à segurança pública”, destaca a especialista.

Gracimeri dá como exemplo o intercâmbio entre quadrilhas de diferentes Estados e a entrada de armas pelas fronteiras do Brasil como questões que seriam resolvidas com mais eficácia se houvesse uma coordenação nacional melhor estruturada. “A narrativa do governo atual é de que a sociedade precisa ser ouvida, mas o que vemos é uma participação social cada vez menor quando se trata de segurança pública ”, afirma.

Gracimeri Gaviorno conclui com um questionamento sobre a importância que se dá à segurança pública no País. “Se educação, saúde e segurança formam, juntas, o tripé das políticas mais importantes do Estado, por que a segurança não é prioridade no Brasil?”.

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